sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Viagem


Viagem

Viagem de mais um sonho
Passagem pequena
Onde tudo e nada
Eu recomponho

Que parece real
As figuras na minha mente
Cada abraço, cada medo
Parece tão presente

Mulher e o medo
Ilusões que me atrevo
Para fugir de meus rancores
Num sonho recomponho o defeito das cores

Da ilusão tiro o que queria
Como pode meus sonhos
Traduzir sua poesia...
E os desejos enfadonhos?

Aquela mulher na minha frente
Não era fácil de imaginar
Parecia uma utopia
Deslocando-se de lugar

Firmei os olhos em foco
Numa campina pequena se via
Alguém distante e parado
Numa cena que repetia



Na beira daquele abismo
Vi seus olhos afáveis
Sem um tom definido
Ou razões questionáveis

Eram olhos de alegria e solidão...
Como queria ter aqueles olhos em mim
Seria uma troca feliz
Sem começo e sem fim

Aquela estatua perfeita
Entalhada em pedra desconhecida
Lisa como mármore no prumo e direita
Cintilante como cristal e a vida

De formas redondas
Como a das flores silvestres
Violetas, rosas e orquídeas...
Lírios brancos campestres

Naquele instante
Até dores nasceriam
Da minha paixão

Mas toda viagem
É apressada
A pressa maltrata
O coração

De Magela