quarta-feira, 26 de dezembro de 2012



O amor tem seus medos




O amor tem seus medos,

Seus sacrifícios...

E alguém sempre

Sofre no final.



Verdade absoluta para corações errantes,

Cuja solução é bem simples:

Viva o momento.

Porque nada será como antes!



Nunca haverá aquela explosão silenciosa,

Isto para nós, é melhor que sermos balões coloridos

Que nunca chegarão ao céu...

Flutuam, mas não se mantém.



Vivem escondidos

Presos por juramento

Perdem-se num encantamento

Que a verdade esconde.



O amor sempre escapa pelos dedos,

Amar assim é um tormento!

Mas, nos somos arrogantes.

Amar tão somente não é o bastante!



De Magela





Lua, cordão, coração, não!




Blusa preta cavada...

Muito calor, ninguém pode falar nada!

Dobrei o banhando buscando sentido...

Improviso, sem mostrar o umbigo.



Sem amarras de manhã...

Só limonada no lugar de hortelã.

Casa arrumada água na chaleira...

Que besteira! Não gostei do sultien.



A capri perdeu a cor...

Lavei, cismei, levei um choque!

Jeans tem que variar...

Pensando assim, dele fiz um short.



Cabelo preso, glenda no pé...

Óleo de maracujá,

Preciso perfumar.

A cor do esmalte tem que ser café...



Tornozeleira: olhe se quiser!

Vou sem alvoroço; nem ligo para o que disser.

Carrego lua e cordão para lembrar com devoção,

Todas às vezes, que a vida disse: lua,cordão,coração,Não!



De Magela











terça-feira, 18 de dezembro de 2012

As árvores da Praça da Sé

As árvores na Praça da Sé






As arvores estão silenciosas...

Na conversa com o vento,

Elas se calaram.



São sensíveis...

Não rancorosas,

Perdoam.

E se esquecem!



Como um amor

Imenso.

Que de repente

Cala-se.



É o tempo

Que para ao dizer ao mundo

O quanto quero...



Calaram-se as palavras,

Porque meu amor ficou sincero.

Assim, vivo me perdendo em pensamento.



As árvores silenciosas da Praça da Sé

Ouvem-no e calam-se!

Sensível, como eu...

Perdoam!





De Magela

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

As lágrimas de Potira


Lágrimas de Potira




Muito antes dos brancos atingirem Góias

Na busca por pedras preciosas...

Iam por aquelas partes muitas tribos indígenas vivendo em paz,

E numa dessas, Potira formosa e o jovem guerreiro Itagibá.



Era costume casar cedo.

Quando ela chegou na idade do casamento, ele se fez guerreiro.

Não havia como negar que se amavam e tinham se escolhido.

Uniram-se com muita festa e sem disputa de outros guerreiros.



Corria o tempo tranquilamente sem que nada perturbasse os apaixonados,

Quando Itagibá, saia com os demais para caçar, tornavam se mais unidos.

Era admirável!

A alegria de seu reencontro.



Um dia, no entanto, o território foi invadido

Itagibá teve que partir com os outros para a guerra.

Ela ficou contemplando as canoas que desciam o rio,

Não chorou como as mulheres, por não saber o que sucede numa guerra.



E todas as tardes, ia para abeira do rio numa espera paciente,

Alheia aos afazeres e algazarras constante das crianças.

Esperando ouvir o barulho dos remos batendo na água,

Uma canoa despontar na curva do rio,



Foram muitas tardes iguais...

Com dor a saudade aumenta mais um pouco.

Até que no canto da araponga uma canoa voltou para anunciar:

O guerreiro não mais voltaria e pela primeira vez ela chorou.



Sem dizer uma palavra ficou à beira do rio,

As lágrimas que desciam do seu rosto sem cessar foram ficando solidas e brilhantes no ar antes de afundar, Tupã condoído por seu sofrimento transformou as lágrimas em diamantes para perpetuar o amor que não se acabou.


De Magela


(Adaptação de lenda Indígena extraída de Conto e Lendas de Amor. São Paulo, Ática, 1986)









quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


Quando o guerreiro cede




O acaso e o amor...

Sombra doce que vaga a procura de campos e flores,

Da chuva que só acontece na alma...

E se eu te amar agora; é acaso. Mas se casar contigo é destino!



Destino é o senhor de tudo.

Grande guerreiro que com nada se importa...

Despreza momentos de fraqueza e solidão.

Valoriza o que consigo dominar em meu coração!



Para alguns, acaso, destino e amor são coisas que vivem escondidas!

Não tendo rumo certo, necessitam de alguém que os viva;

Efeito natureza, na existência escondida.



É quando o guerreiro despreza, luta, perde e cede...

Ficaria meu amor a se vangloriar, por dominar essa guerra...

De acaso, do destino e da vida?



De Magela/Carmem Teresa Elias



domingo, 2 de dezembro de 2012

Rezei




Rezei




Rezei para que o mundo mudasse,

Mas só eu mudei.

Rezei por mais confiança...

E me desesperei.



Rezei para que a felicidade fosse suficiente,

Mas percebi que o ego do homem é insatisfeito...

Rezei para aceitar tudo incondicionalmente,

E sem saber plantei nova dor em meu peito.



Rezei para ter um amor...

Um que fosse alma gêmea da minha,

E fui percebendo que há um milagre na vida;

E sou eu quem primeiro precisa amar.



De Magela










É por metaforas que escrevo sonhos para nós.

Crio lugares...!

Desenho na sutileza de um amor

O que só se traduz nessa entrega.



Velas acesas em garrafas vazias de vinho...

E nem uma chance do teu sorriso.

Só restando a certeza...

Escrever sobre tudo, omitindo a clareza.



Metáforas para realçar tua beleza!

No amor, alguns fogem do que é trivial

Fugindo do sentimento, nao sabem

Que nessa benção que se mantém a leveza.



Por te amar, meu coração cria os ventos frios

Nas noites solitárias de murmúrio do luar...

E por metáforas vou seguindo

Até o amor se acabar.



De Magela/Carmem Teresa Elias