quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Nunca a solidão foi tão perfeita


Nunca a solidão foi tão perfeita

Não conseguia dormir...
O vento ecoando pela casa.
Fazendo-me arrepender
E querendo ter asa.

Senti espasmo de pânico
Olhando tudo com olhos infantis.
Mentindo numa seqüência
Fazendo parecer verdade.

Me abracei desajeitado
Com um braço só...
Nunca fiquei tão sozinho assim,
Nem em sintonia com pessoas.

Às vezes me perguntava se via com todo mundo,
Se nunca ligava para o problema...
Só o efeito.
Por que tenho que ser perfeito?

Minha casa desaparecia...
No fundo do quarto um ruído constante de chuva.
È difícil viver assim, e sempre a espera
Que ela vire um chuvisco silencioso.

Olhava ela caindo...
E a ouvia trazendo toda condenação para mim.
Os olhares que a chuva me atirava pareciam de inveja.
Ainda bem que, só durou um segundo de frio.

Nunca fiquei tão sozinho.
Nunca me senti tão amargurado.
Nunca a solidão foi tão perfeita!
Depois que a lua partiu.


De Magela

Não sei que nome dou a minha paixão


Não sei o nome que dou a minha paixão


Muitas coisas carecem ter nome
Se não, teremos que apontá-las.
Desatada é minha imaginação,
Numa aflição que não consigo separá-las.

A lágrima que choro agora
Não tem nome.
É mensageira traiçoeira
Que atravessa serra

Vai parar naquele lago
Deixando-me desabitado,
Tormentoso, desesperado...
Que tira o ânimo.

A lágrima que choro
Não incomoda ninguém não
Mesmo roçando horta...
Taioba, mandioca e inhame no chão.

Que nome vou dar para esta catástrofe
Que me tem de vencido e me acha
De enxada na mão?

Envelheço numa rapidez assombrosa...
A comida, sei o nome e tiro com a mão
Mas deste amor eu não sei nada não!
Não sei o nome que dou a minha paixão.

De Magela


Sei que pequei

Anjo caído...
Que não merece mais o céu.
Porque pecou e
Errou.

Todo amor leva a dor?
É com essa saudade dolorida que pecamos?
Conhecemos nossos infernos?
Mais uma vez nos amamos?

Se, amamos...
É porque cobiçamos.
Quem cobiça torna a pecar.

Meu coração nunca revelará o que sei...
Vivo perdida... Mais um anjo caído...
Essa emoção aqui dentro.
Eu sei que pequei!

DM/Jones

Desejo Antigo



Desejo antigo


Há em nós um desejo
Muito grande só agora revelado.
Silêncio antigo...
Que a imaginação não deixa ficar longe.

Como meio-dia ardente e,
Desmesurado que se contém.
Como um amor inquieto que se escondeu...
Como um pântano traiçoeiro no caminho.

È neste clamor eloqüente que incomoda sem
Se decidir por que o peito explora.
Será que nosso amor merece um final?
E este desejo relicário que sem aviso
Passa as noites no quintal?

DM/Jones

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Se



Se

Se partir...
Quero te deixar
Meu coração.

Pois, contigo...
Ele fica doce.
Despreocupa-se
Que nem ligo.

Se tiver que olhar para trás
Ficarei feliz.
Seguirei confiante
Porque tenho tudo: tenho um amigo

Lembra quando chorei?
Quando tropecei?
Quando tentei me levantar e fraquejei?
Você esteve comigo.

Se partir...
Ficarei melhor do que antes
Terei a força que desejou pra mim
Deixarei meu coração e o que há de bom em mim

De Magela

Diga que me ama sem usar qualquer palavra



Diga que me ama sem usar qualquer palavra

Diga que me ama,
Mas, sem usar qualquer palavra!
Fechou seus olhos...
Encostando seu rosto no meu.

Ficou grudada assim.
Aquele calor ia aumentando...
E nem percebeu
Que não tinha fim.

Arrumou uma forma simples para dizer...
Por isso, meu verso é como o seu corpo quente.
Vive me aquecendo e te sinto perto
Ninguém precisa entender.

Sinto no coração algo que inflama.
Para te amar não preciso das palavras...
Materializar gestos e ações,
Se nele vive acessa a chama.

De Magela/Dora Lee

Solidão maior que a sua


Solidão maior que a sua

Maior solidão...
Só a minha.
Por isso, vivo perdido
Nos seu verso.

É nesta hora
Que me abro,
Que confesso.
A falta que sinto de ti.

Não incomoda mais o silêncio...
Deste seu olhar profundo
A vida tanto demora
E este frio é num segundo

Olho sem enxergar
O que deixa minha vida tão crua.
Se amar for uma solidão;
A minha solidão é muito maior que a sua.


De Magela/Dora Lee

Fim de tarde


Fim de tarde

No rosto bate
Uma brisa que
Faz lembrar...

Desfruto com ela
Aqueles últimos momentos
Que ficamos juntos.

Sinto dela o frescor e
Noto que é tão simples
Como amar.

Sinto sua boca
Querendo deixar na minha
Um sorriso...

E a minha querendo
Dizer-lhe baixinho:
Te preciso!

De Magela/Dora Lee

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aqueles versos que falávamos


Aqueles versos que falávamos

Aqueles versos que falávamos
Sentados, lá na calçada,
Do centro da cidade:
Preciso escrever.

São versos perfeitos que
Falam do amor de verdade
Que nunca poderemos tirar
Sua intensidade.

Sem toque de mãos...
Sem pecado na intenção...
Apenas, seu olhar nos meus,
E o meu nos seus.

Versos de amor e de alegria
Que a vida ensinou a fazer
Sentados na praça; vivendo sem pressa...
Só eu e você.

De Magela/Dora Lee

Livro Poesia em preto e branco

E morrer partindo


Viajo pelos sonhos
Num vôo bem alto e longe.
Que me solto e,
Fico sem chão.

Fico sem paraíso...
Mas não importa;
Porque nos meus sonhos
Você está comigo.

Se a brisa bate no rosto
E diz que devemos voltar.
Digo que não é o momento,
Que é lindo te amar.

Ela insiste.
O que seu coração concebe
Quando ama, peca e perdoa
Não é para morrer sentindo.

O amor é uma brisa...
Vive vagando á toa.
Deve viver solto
E morrer partindo.

De Magela/Dora Lee

Em você meu amor se encanta



Em você meu amor se encanta

Delicadamente...
Sussurrei palavras que nunca escrevi.
Libertei sentimentos...
Que nunca senti.

Uma brisa bateu em meu rosto
Querendo conversar...
Eu já estava perdido em sua boca:
Não deu pra falar.

Delicadamente...
Eu a sinto me seguindo
Quanto mais te beijava...
Sentia a brisa sorrindo.

Tantos sonhos nesse beijo
Que nem dá para acordar.
Em você meu amor se encanta,
Mesmo que delicadamente a brisa venha me acordar.


De Magela/Dora Lee

Livro poesia em preto e branco

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O que sinto


O que sinto

O que sinto é um calor que antes não sentia...
Em meio a devaneios...
Parto numa viagem sem volta
Rifando sentimentos.

Sinto as lágrimas que escorrem pelo corpo
Como única tentativa de mais um grito louco.
Mesmo assim, o calor impera...
Neste caminho de ilusão.

Banhado por estas águas
Está o coração.
Longe num pedaço do horizonte,
Nuvens, sonho e o vento.

Que desnudo e sem forma...
Sem gosto se constrange.
Nas lembranças que ficaram
Perdidas em um só pensamento.

De Magela/Thyta




Faca na mão


Faca na mão


Ela é cúmplice!

Participou de tudo.

Pressionava-me e via

Que não havia jeito.


Fazia isso

Quando a noite caia...

Repentinamente!

Ficou claro na condenação de olhos.


Tudo poderia

Ser diferente,

Se o amor não

Tivesse interferido.


Paixão e saudade continuavam lá...

De repente! O sangue corria no chão.

Cortando tudo...
Vi a saudade com uma faca na mão.


Desejei sair dali; gritar fugir.

Ela veio em meio encalço; chamou-me de lado e falou:

No amor, quando menos pensar é melhor.

Eu nunca pensei para te amar!


De Magela/4e.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A natureza pinta



A natureza pinta

Dos quadros que pintaste
Tem um que demais me alegrou
Quando a tinta rabiscava uma flor ali
Quem diria que seria alaranjada.

Qual motivo tinha a tinta?
Quem diria; a natureza se fazendo de artista...
Quem diria; o que escondido ela pinta.
Enfim, algo novo na minha vida.

Dos quadros que pintaste
Este não contorcia de dor...
Não denotava tristeza...
Naquele momento parado.

Desenho por desenhar...
Desenho inacabado que se termina depois.
A vida é que desenha de verdade!
O que ela pinta é a historia de nós dois.

De Magela

Pureza sem culpa



Pureza sem culpa

A indiferença...
Faz apagar a luz de um olhar.
Sem pestanejar...
Reduz o amor a um momento triste.

Duas almas que viveram juntas
Como se suas vidas fossem iguais...
De tal forma, que agora são indiferentes...
E não sonham mais.

Por isso, minha alma se conforma numa pureza sem culpa.
Para amar temos que ser imperfeitos e ter ilusão
Só assim o amor escuta;
Diz o coração.

Quando o amor se descuida...
Quando descontrola e se esconde.
Quando diz baixinho que vai te levar...
Nunca pergunte para onde.

De Magela

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Não quero mais acordar


Não quero mais acordar

O desespero anula a
Razão e o bom senso,
Por isso, é possível que,
Não pare mais de sonhar.

Sonhando não choro!
Não sofro e não penso.
Não proclamo...
Não há dolo.

Perdida nesses caminhos
Como toque sutil de poesia
Fiz a escolha entre a saudade
Desta noite fria.

De certa forma, sou culpada...
Por entregar-me a esse abraço.
Percorrer em você: o começo; meio e fim.
Contendo as lágrimas que a vida trouxe pra mim.

Certamente, causa transtorno...
Se, até no sonho vou te buscar.
Quando amo assim, parece verdade...
Que não quero mais acordar.

De Magela

( Livro Diário de uma Mulher)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Poesia pelo corpo


Solidão: poesia pelo corpo


Num quarto qualquer

Do meu coração...

Envolto em penumbra:

Vi a solidão.


Magnífica mulher!

Disse que me amava.

Amava tanto...

Que sentiaTudo o que eu sentia.


Olhou-me, revelando no movimento

De seus lábios um desejo

Querendo ficar comigo...

Fosse onde for.


Me aceite! Farei o que de melhor faço;

A solidão dizia.

Entrego-te os sonhos...

Perco-me no abraço...


Farei poesia pelo seu corpo...

Arrancarei lá do fundo os sentimentos.

Beijarei sua boca com vontade louca...

Com inspiração escondo o desgosto...


Foi assim que casei com a solidão.

Maravilhosa e sedutora me encurrala sem saber

Hoje, vivemos iludidos em busca de paz

Fazendo o que melhor se faz: poesias para esquecer.


De Magela
( Livro - A bruxa da lua)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"Meu encantamento é você!"



Meu encantamento é você!

A felicidade é um encantamento!
Aponta valores
Que transcendem
Seu significado.

É uma forma de conceber
Coisas impossíveis
Baseado numa
Simples ficção.

Felicidade...
Encantamento...
É ter você aqui.
Fechar o quarto e não te deixar sair.

Poetas sempre alimentam
Circunstâncias de encantamentos.
Forma livre de subtrair dissabores
Vaidade dos amores...

Meu encantamento é você!
Declamo isto por inteiro.
Porque, o que minha boca fala
Meu coração esta cheio


De Magela


Livro Poesias para esquecer

A poesia vira carne


A poesia vira carne

Vira carne a poesia...
Assume realidade de intenção.
Fica tão presente, quando o amor toma forma...
Que nem reconhece o coração.

Versos caminham pelo meu corpo...
Banheira cheia de espuma.
Sonho que se sonha acordado...
Rima comigo para sempre; por favor, não durma!

Faz-me surpreendido.
Fala baixinho no meu ouvido...
Nosso êxtase esta fora do lugar.
Boca tocando boca; ensina a pecar.

Seu verso me toca a pele...
Respiro ao fundo. Sinto meus medos...
Tocam meu rosto, num gemido
O clarão da lua e seus cabelos tão negros.

De Magela


(Livro - Poesia para a lua)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A vida é você


A vida é você

Sendo a vida um sonho,
Quero jamais acordar
Por que?
Porque nela você esta.

Sendo uma canção...
Quero sempre
Poder ouví-la
Porque nela você esta

Sendo um perfume e beleza de flor
Quero que não pereçam
Nunca se desfaçam
Porque nela você esta

Sendo a vida, tal qual, um desejo...
A vontade apaixonada de um beijo,
E desta vontade se concebesse a eternidade
De caminhos tão incertos

Mesmo que fosse sozinho
Eu trilharia.
Desejaria continuar a caminhar...
Porque nela você esta

A vida para mim
São os seus sonhos
Suas canções...
Seus desejos...
Suas flores...
Em tudo isto você esta.

De Magela


Livro - Metáfora

Sem festa


Sem festa para acalmar...
Os sonhos que amenizam a alma inquieta
Sinto fome...
Mas não consigo pensar em nada!

Além dos nossos impossíveis...
Das coisas que se vive imaginando.
Fronteira que se faz sem consentimento...
Não vejo sua estrada.

Pena de quê, se a vida é assim?
Nem mais me conhece.
Sou apenas um lugar no pensamento,
Talvez, nem goste de mim.

Por isso, lhe imploro;
Viva sem falsidade
Se, acha que sempre choro...
Não conhece a verdade.

De Magela


Livro - Metáfora

Mais um jogo



Mais um jogo

Sei que foi apenas um jogo de sedução
Para o seu coração.
Tão viciado que desprezava nossa emoção.
Desculpe-me! Não sei fingir.

Perdoe-me por sentir de verdade
Juro que tento, tentei e tentarei!
Matar minha vontade, e se possível,
Dizer que te esqueci

Mas um desejo louco me leva a te querer
Fico sem poder dormir
E de verdade...
Não consigo esquecer

Aprendi a viver assim:
Sempre dizer não.
Você faz o seu jogo,
Porque nunca sentiu paixão.


De Magela/Joani Barros


Livro - Poesia em preto e branco

Foi por ti



Foi por ti

Gostaria de poder com as mãos
Mover estrelas no céu...
E, pegar uma só
Para lhe dar.

Poder ver tão naturalmente
Sem formas radicais a ponto de
Sentir e guardar as emoções
Que coubessem num coração

Gostaria de recuperar
Aquilo que por tolice deixei quebrar
E, ajeitar algumas coisas...
Sem me preocupar se um dia faltarão

Poder dizer sem pestanejar
Tudo o que vivi; tudo o que conheci;
Tudo o que senti, sem muitos argumentos...
Foi por ti.

De Magela/Joani Barros


Livro - Poesia em preto e branco

Mais do que a vida


Mais do que a vida

Por que gosto de flores...?
É simples: Vez ou outra,
Arrebenta tudo dentro da gente.
E, isso não me deixa contente.

O coração rosna engasgado
Parecendo trovoada de batida no pilão...
Enfadado de assistir essa violência
Busco no mato a solução.

Quando nasci ganhei flores...
Tudo o que amo, são tem as mesmas cores
E quando morrer, com certeza
Elas lá estarão.

Não sei dizer direito sem complicar...
Mas não vou renunciar minha calma
Dou risada! Olho para o mato...
De saudade vou admirá-las.

A verdade não se desmente:
Mesmo na despedida
Onde houver minhas flores queridas.
Haverá muito mais do que a vida.

De Magela


Livro - Metáfora

Corações sem roupas


Corações sem roupa

De repente, a saudade chega...
Com ela, tanta lembrança.
Emoções que não couberam naquele instante
Em que te amar não foi o bastante.

Emoções, que deixaram a esperança
De refazer nossos momentos dispersos
Instantes sinceros. Desnudar de verdades
Que só o tempo gravou...

Corações sem roupas...
Nossa própria vontade nos levou a isto
Realmente há uma saudade...
Momentos conscritos, momentos bonitos.

De repente a saudade chega...
Promete que vai passar
Sinto saudade de lhe ouvir falar
Mas, olho do meu lado e você não esta.

De Magela


Livro - Poesia para a lua

Beijo doce



Beijo doce

Uma bala toffer
Com gosto de caramelo queimado
Cabelo penteado
Sorriso de menina

Boca da mulher
É o desdém
Se ela me beija
Beijo também

Será que o meu beijo tem gosto?
Afagaria aquele rosto?
Coração de chocolate
Também bate?

Não sou mais um menino
Escadas incomodam, coração fica apressado.
Mas beijaria com uma boca doce
Beijo apressado, caramelo queimado.

De Magela

Livro - Metáfora

terça-feira, 6 de janeiro de 2009




O nada

Isto não têm importância! Disse a tartaruga ao jovem.Num momento em que a juventude incomodava mais que a beleza.
Insistente o jovem queria saber. Os jovens sempre querem saber. O saber se transforma numa condição de vida incontrolável e pode virar uma maldição. Sabedoria em demasia pode mata se ficar em movimento. Pode cegar; corromper e incomodar.

- Mas, por quê nada mais importa, se existe tanta vida lá fora? Perguntou o jovem sonhador.

É porque, aqui já houve luz. Houve esperança e sonhos. Agora estamos velhos e só vemos as marcas do tempo em nossas vidas. Por isso, nada tem importância. Respondeu a velha tartaruga.

- Então me ensine a ver como vocês! Retrucou. Façam-me velho. Tirem de mim a juventude que ainda existe, talvez eu entenda e encontra essa paz e afirmação.

A tartaruga velha calou-se. Percebeu que o “nada” havia tomado conta de mais coisas do que deveria. Você deve procurar suas resposta pela vida. Não podemos ajudar. É a sua juventude que incomoda.Vá! Com certeza encontrará um sentido melhor do que o “nada” que existe em mim
(...).

De Magela – adaptação de falas do filme: “A história sem fim”.

Descalço


Espera minha tarde

Que haja somente o seu sorriso,

Entre o vôo de pássaros

Anunciando o fim do dia.


Minha espera fica em meio

A este improviso,

Como um toque de sua graça

E da sua alegria.


Visto azul.

Ando descalça...

Reviro a casa.

Pra ver se o tempo passa.


Desmancho o novelo.

Rabo de cavalo...

Solto meu cabelo.

Fico arrumada.


Espero.

Espero que diga alguma coisa...

Que a roupa ficou direita.

Qualquer agrado seu...


Mas o que fica é um coração que espera...

Um silêncio que não sabe o quê fazer.

Ele cisma fica descalço...

Sempre na espera de você.


De Magela
Livro III - Diário de Uma Mulher/Vi

Saudade com frio não vale





Saudade com frio não vale

Estou com frio nas costas.

Acho que a coberta caiu.
Estou só nesta cama
Acordado e sentindo frio.

Pareço um carro quebrado pedido reboque.
Variante... Inter-relação.
Noite e sozinho com esse frio nas costas
Acho que sei: falta seu toque.

Será que sente minha falta
Como sinto a dela?
Será que passa frio á noite?
E o frio que sinto é o mesmo que está com ela?

Sei lá! Mais uma noite me vem
Cama cheia de saudade
Mesmo se a coberta caiu
Saudade com frio não vale.

De Magela

Livro - Metáfora

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Tempestade que inunda um quarto


Tempestade que inunda um quarto


Quando surge uma pergunta
Sem vestígios de respostas,
É porque precisamos
Decifrar movimentos.

Por que quatro paredes de um simples cômodo
Podem se transformar em prisão
Necessária de um coração caprichoso?
Por que as ondas do mar vêm e vão?

É que a vida esta enviando aviso:
Apresse seu passo;
Alcance logo seu objetivo.

Uma tempestade pode inundar
Como este vai e vem do mar.
Águas podem chegar para quê
Seu castelo se desfaça

Mas nem tudo é o que parecer ser!
Pessoas não são perolas a serem encontrada...
Nem toda flor têm perfume...
A vida não é feita só de emoções perfeitas...

Mas o amor é assim:
Um decifrar de movimento.
Vai e vem de sensações; tempestade que, às vezes, inunda o quarto...
É ter você aqui dentro

De Magela/Joani Barros

sábado, 3 de janeiro de 2009

Chove - MBB


Chove (nada importa)


Chove. Molha liberando
Perfume de flores.
Como se fosse primavera...
E toda emoção que flui com ela.

Bem-bocado de paixão...
Brinco-de-princesa com toque, deliro e prazer.
Nada importa nesta hora,
Se eu estou com você.

Chuva cantando a ternura dos seus olhos...
Gestos, que a cada pingo ficam mais encantados.
Pingos de palavras sussurradas com amor.
Que não conseguem explicar esse nosso esplendor.

Momento feito de pingos...
Dos deleites dos seus beijos
Da música que a vida toca
Da chuva escondendo desejos.

Tudo passa depressa, porque te amo.
Compreendo e digo baixinho esse significado
Perdem-se as esperas das vezes que a chamo
Chove a chuva e encanta: Você esta do meu lado.

DM-MBB

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Não te esquece



Não te esquece

Condição de cada homem
É sua dignidade.
Mas, ao amor...
É a humildade.

Indefeso...
Vive quase no anonimato...
Vez ou outra reaparece
Tão paciente e sensato.

Assim, é meu amor...
Obediente sensação de esperança
Que embala com ardor
O que a mão não alcança.

Humilde.
Sensato reaparece
Indefeso.Mas não te esquece!


De Magela

Livro Poesia para a lua





Preciso de paz.
Desejo Paz.
"A paz é a única força que nos faz conseguir tudo
que precisamos".
De Magela/MBB.




Somos um



Somos um (tema)

Juntam-se as águas
Num frenesi eletrizante...
Um amor apressado
Desajeitado, intrigante.

Juntam-se animais...
A natureza não consegue se explicar
No nosso amor há um pacto; momentos afetados
Há medo, insegurança, nos destinos trocados.

Amo a esperança
Vivo como um lobo na floresta
Ela ama o amor
Tudo a nossa volta nos contesta

De saudade uivo
Para a lua, nisso não há mal nenhum.
Nosso amor ficou desajeitado
No coração somos um.

De Magela

Livro V - Metáfora

Libertou





Libertou (esse amor desesperado).

Guardei um tempo escondido,
Para que, o tempo desmentisse
Qualquer coisa que supusesse
Que o coração nunca te amou.

Que foi um espelho encantado
Reluzindo só de um lado,
Esta verdade insana.
Por isso, se quebrou.

Apesar de que eu dissesse...
Confundia-se o embuste.
Meu intempestivo esconderijo
Abriu-se no salão de audiência.
Todos então virão o que me deixou
Desamparado.

Ao final uma sentença!
Viu-se, minha dor com certa compaixão...
Como era inusitado, meu amor!
O tempo, meu intempestivo amigo...
Defendeu-me!
Libertou mais uma vez de mim
Este amor desesperado.

De Magela


Livro Poesias para esquecer

Concubina desbocada




Concubina desbocada.

Água de chuva...
Concubina desbocada,
Que toca flores e flores
Esfrega-se no chão.

Canta canções amorosas...
Ilusórias.
Compassa na noite a poesia...
Só alvoroço; já sabia.

Muita água...
Feche a porta se estiver aberta
Calamidade; Besteira.
Nada avisa, nem que se queira.

Chuva: concubina desbocada
Volta a envenenar...
Toca as flores e se esfrega no chão.
Faz poesias.Brinca de amor.
Durante sua ocupação.

De Magela

Livro Poesia para esquecer

O elo



O elo

O elo de ligação
Entre o universo
E o homem
É a razão.

O que me liga
A tudo isso
É o seu amor

Do que me adiantaria
Viver neste universo
Sem uma idéia de cor

Contido na razão
Represa fica a luz
Ar rarefeito
Modernidade de ação

Seu amor propõe
Que tudo exista
Manifesta solução
Antes que o vazio insista.

De Magela


Livro - Poesias para esquecer

Borboletas ou mariposas



Esposas ou mariposas?

Perturbação!
Coisa que vive pra me matar
Problema de encaixe no coração.

A atração é confundida
Com identificação,
Isso engana muito.

A gente se casa,
Diz que ama...
De repente;
Não é isso não.

Confusão!
Borboletas ou mariposas...
Atração confundida.
Borboletas ou esposas?

Borboletas ao dia...
A noite são mariposas.
Esposas da noite
Sem alegria.

De Magela

Livro Poesias para esquecer

Crime da paixão



Crime da paixão

Há sinais pelo corpo...
Digitais que foram deixadas
Por toda parte.
Num e no outro...

Há um perfume ainda que se espalha...
Apontam que tudo foi reprimido.
Houve muita violência, com certeza foram desejos
Porque há resquícios nesses beijos

Há marcas de paixão com requintes de crueldade.
O corpo foi queimado, torturado e largado então.
Loucuras de dois apaixonados; fogo da paixão.
Chamuscados na emoção.

Há marcas que, tecnicamente não podem ser apagadas.
Não deixa a cena do crime, duvida de sentido
Olhares tão perdidos... Falta espaço....
Quando o amor se torna uma perseguição; fraqueza; fantasia e gemido

Há marcas aqui em todo lugar.
Paixão que não se acalma
Fantasia inexplicável
Deixou marcas na alma.


De Magela/Joani Barros

Livro Poesias em Preto e Branco

Eu morreria...



Eu morreria...

Ah! Por você eu morreria...

Todas, às vezes, que o vento ventasse e,
Tocasse-me, como, me toca essa dor de saudade...

Nuna insistência infinita


Avesso de sentimento...

Que transborda sem maldade:

Um amor que sempre fica.

Quantas vezes o vento pedisse, eu o faria!


Se, com este sacrifício ficasse...
Eternamente ao lado seu...

Onde estivesse estaria eu.

Amada lua! Morreria por você
Centenas de vezes. E, te confesso!
Com os olhos fechados, na imensidão deste universo...
Procuraria o maior bem meu.

De Magela e P. Bueno

Livro - Poesias para esquecer