terça-feira, 26 de março de 2013

Nem se lembra do tom...



Nem se lembra do tom...

Palcos destruídos, e não há novo espetáculo
Para recompor uma nova intenção.
Tola dramaturgia escrita a esmo
Que nunca passa de imitação.

Meu amor é uma peça nesse palco improvisado...
Ele nem sempre se lembra do espetáculo,
Nem sempre se lembra do tom.
Diz que isso não merece atenção!

Da comédia leve cheia de intrigas e descobertas,
Que cada um faz de si ao se apaixonar, ao se relacionar...
Instigando a relação entre emoção e seu controle.
Entre o medo e a loucura de ousar!


De Magela


segunda-feira, 25 de março de 2013

Desordem no coração




Desordem no coração

Dentro da desordem
Que esta meu coração...
Não tenho pintado em cores
Não tenho tido ao menos um pouco de paz

A paz é tão poderosa
Que deveria estar em todos os jardins
Deveria estar nas rosas que dormem
Para exalar o som do amor

Mas em mim não há essas roseiras
Somente prolifera o abandono
E este, não deixa perfume no ar

Quando a desordem abre a porta de um coração
Só fica um único cheiro no ar:
O cheiro da saudade que ela deixa entrar.

Romualdo Magela


sábado, 23 de março de 2013

Primeira vez

Há um momento encolhido
Em que a poesia se parece
Com tudo o que vivemos
Em nosso verso sortido

Fogo de duas chamas
Fica dizendo no peito:
Morrer agora é proibido...
Preciso te amar direito

Curiosidade de amor...
Que fica espremendo meu texto
Tantos sentimentos sepultados
Querendo ressuscitar no peito

Que culpa há num olhar?
Na vontade apressada?
Na mão curiosa...
Do beijo e desejo de nossa primeira vez?

De Magela

(4e.)

É de ouro

A desprevinido olhar, não se sabe se é ouro, prata ou madeira...
O que nesse peito o amor tem desenhado.
Mas, sabe-se cá, ser armação preciosa,
Tecida sem brincadeira.

Feita sem os tormentos das mãos apressadas.
Sem o calor dos corpos cansados.
Sem a sabedoria dos tempos...
Sem sossego adormecido.

Quão valoroso seria, saber de que foi feito de fato tua emoção.
Saber se duraria pela eternidade tendo a dureza necessaria,
Ou, dissolver-se-ia em primeira afetação.

Logo, arrefecerá no ar gelado deste inverno,
O criativo esforço que nos beija o rosto
Mas saiba, é de ouro o amor que tenho o gosto.


De Magela

quinta-feira, 14 de março de 2013

Amor, foto e saudade


Amor, foto e saudade

É noite.
Foto dela sobre a mesa...
Não quer falar comigo.
Por que faria isso?

Ela sabe do meu amor...
Escuridão.
E aquele olhar fica ali iluminando...
Aquela boca fica sorrindo.

Como uma estrela a brilhar só para mim...
Será que ela me ama?
Sua boca é como um livro que não escrevi!
Ah! Como quero escrever!

Falta alguma coisa...
Beijá-la, seguir o seu caminho...
Mas cansando, a foto dela vai sumindo.
Saindo, vai indo...

De Magela 



Velhas dores



Velhas dores

Poetas familiarizam-se
Com velhas dores.
Circunstâncias em particular,
Seus temores.

Passados que não seguiram planos...!
Verdades que faltaram e, não foram acalentos.
Velhas dores...
Revelação de enganos, novos tormentos.

Ofendido momento,
Em que, a clareza se cala!
Pensamento esquecido
Que a noite não fala!

Poetas, que não precisam de amores...!
Guerra aflita é a vida:
Velhas dores.
Interrupção da vontade: sina incontida.

Empalidece o meu caminho...
Amei de verdade.
E padecer tudo sozinho,
É a pior tempestade.

De Magela
(Livro: Eu sou o sol!) 



Evento de 14 a 21/03/2013. Rio, Capital da Poesia



sexta-feira, 8 de março de 2013





Como explicar esse amor em nós?


Como devo explica o amor em nós?
Não o amor dos olhos...
Dos santos...
E dos laboratórios.

Como explicar que esse amor se atreve
Sem causar alvoroço?
Quando inicia sua jornada
Num simples fulgor no rosto.

Como explicar o que sinto
Quando minha boca encontra a sua?
Se de moço, cada vez mais, tenho revivido...
Que seus olhos passam mais de mil sentidos.

Que neles eu vejo a lua...
Não há se quer explicação!
Quem imagina ser mais uma tentação,
Fatalmente erra.

No seu beijo nasce o calafrio
Com seu toque o corpo inflama...
Minha alquimia vira um sonho:
“É como um tremor na terra!”


De Magela

quinta-feira, 7 de março de 2013



A você que possui o dom sublime de me comover...
Quando o dia fica supremo, encho-me do amor  e
abro meus braços pra te receber!
(S1)
De Magela

terça-feira, 5 de março de 2013

A tristeza vem de dia








Queria que esses versos,

Encontrassem seu coração!

Porque com palavras não digo nada,

Além de imperfeição.



Queria que pudessem encontrar na imensidão maravilhosa dos sonhos,

E com alegria tocassem suas mãos...

E mesmo cheios do nada, soassem ao seu ouvido,

Como uma singela canção.



A tristeza vem de dia...

Quando o doce sabor da vida depressa passa.

Amargor na boca da gente se compacta,

Que não agüenta poesia.



Minha saudade então lhe procura...

Coração feito loucura, remedando o sorriso seu.

Então, tudo se contagia e, que esses versos te encontrassem...

Ah! Como queria!





De Magela

Adelo








Adelo eu...

Mas ainda, consigo imaginar,

Tantas aventuras

Quando olho em teu olhar.

...

Belchior de tantas lembranças

Que lá dentro, um recanto se cansa

E faz lembrar as praias charmosas

Que só existe no teu mar.



Conheço bem tuas passagens...

Teus lábios doces que ficam nesse vai-e-vem.

Num inconstante das mãos

Que só sua boca tem.



Já me desfiz das amarras,

Voei alto no céu infinito,

Adelo eu, que ainda consigo imaginar,

E do coração sai mais um grito.



De Magela


segunda-feira, 4 de março de 2013

O amor





Ah! O amor...

Nunca de fato o encontrei!

Não o achei, nesta procura enfadonha

Que desanimei...

...

Uns disseram que era manso,

Como a lágrima da chuva descendo pelo rosto,

Outros disseram que era como paixão a movimentar o mundo

E os desejos do corpo.



Para alguns, é moradia que vive agarrada a carinhos

Para outros não passa de versos...

Disseram que o amor cuida do fogo e do desejo,

Que se fosse rosa: nele, só veríamos seus espinhos!



Ah! O amor...

Chamas de silêncios queimando em um coração...

Tesouro que procuro descalço e há tempos...

Que neste deserto, sei que procuro em vão!



Amor que nunca encontrei...

Que me fez caminhar pelos sonhos, fantasias, medos e aflição!

Vestido da ansiedade que tem o sol,

Mas que em mim só deixou a insolação.



De Magela/Teresa Cristina - Flor de caju