terça-feira, 3 de outubro de 2017

Doçura ou submissão?









Doçura ou submissão
*
Aquela mulher que ele viu na praça
Naquela cidade distante em que estava,
Aproximou-se.
Olhou seus olhos: doçura ou submissão? Perguntou
*
Sem entender o que sucedia,
Esperou que ela novamente perguntasse
Por fim, respondeu:
As duas!
*
As duas não! Ninguém pode ter tudo na vida
Deseja que eu seja uma mulher doce para você,
Ou me quer submissa?!
Que situação! Pensou
*
Posso ter a mulher que quero...
Já sei me iludir. Olhou o lindo rosto dela
Parece brincadeira, a essa altura
Continuando a olhar para ela
*
Uma mulher doce nunca
Entendera as necessidades de um homem.
Um homem doce, também nunca entenderá
As necessidades de sua mulher
*
E a submissa sempre irá se revoltar
Dirá as coisas todas ao contrário!
Que nem mesmo o amor se faz necessário
Que preferia estar em outro lugar...!
*
Foi assim que descobri que te quero tanto
(...)
De Magela – Poesias/Doçura...
(Direitos Reservados – lei 9610/98)



Costas










Há detalhes suficiente no que é sensual
Em certas partes incríveis do teu corpo
Que aliam-se ao bom gosto e fazem,
Com que nosso amor não seja normal
*
Esqueço a ideia de cobri-la!
Seja com vestido ou uma blusa...
Ficando tudo amostra, do jeito que ela gosta,
Possibilidades de uma musa
*
É sóbrio como o dia, o formato de tuas costas...
Naquele charme que não se confunde com extravagância
E pode expor-se, mesmo tirando do ar a serenidade e,
Toda elegância
*
Perco o medo
Com estilo eu a toco. Tendência de querer tanto assim,
Suavemente, beijo-lhe o ombro...
E, ela sorri para mim
*
“Preview” – primavera-verão...
O Mar está calmo na encosta,
Metade é sensualidade
E sei do que ela gosta
*
De Magela-Poesias/Costas.
(Direitos Reservados – Lei 9610/98)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Andejo

 
 
Danado de andejo,
Que é este coração sonhador!
Vive encurralado num canto da sala,
Sem vida, flores, amores
*
Ataranta-se com o peito festivo!
Ri da celebração, feito fajardo,
Encanta-se com a alegria dela,
Mas triste se ilude e morre calado
*
De Magela - Poesias

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Terror



Aquela mulher em trajes de dormir saiu correndo de casa
Lançando-se às ruas em plena madrugada
Névoa a rigor... Aquele modo estranho de
Encontrar tranquilidade no medo e no terror
*
Somos assim, pensava ela
Sob a neblina não precisamos de aparência
E, saiu a correr pela rua
Entre as casas, espremida entre troncos de Magnólias
*
A catedral estava ali adiante...
Esbaforindo, espiava apenas o borrão cinza azul,
O brilho opaco das luzes
Diluído pela neblina
*
Latiu um cão! A seguir outro e outro
Um vulto de homem espreitava à sua frente...
Estremeceu: movimento que remete ao temor,
Ele indefinido, sobretudo marrom escuro, à sua frente, De repente, começou a correr
*
Em noite assim qualquer vulto é sombrio
Escondendo verdades está a nitidez
Céu sem estrela ou, lua...
Pela cor que se ausenta, torna tudo tristeza pura
*
Delírio, terror, parece ser alguém conhecido. Não...!
Entre o sonho está a curiosidade e o medo,
E nenhuma mente humana é tão sinistra
Quanto a nossa própria mente
*
Repentinamente, seus pés tropeçaram...
Havia um corpo caído no chão
Volume ensanguentado de uma bela mulher ferida
Não! Assassinada!
*
Desorientou-se
Quis correr, mas as pernas não iam
Narciso fosse capaz de ver na escuridão
Beleza naquele corpo!
*
Em pânico gritou.
Socorro! Alguém acuda aqui. Socorro!
Esquecendo daquele estranho vulto
E, mais uma vez gritou
*
Que grito tem o poder de silenciar a névoa?!
Que homens chegam assim apressados por suas esposas?!
Que insistentes são esses latidos a se estenderem
Madrugada a dentro?
*
Quantas perguntas ao amor se concede...
Que houve senhora?! Que faz na rua nesta hora?!
O Que aconteceu com a mulher no chão? Sua amiga...?
Viu quem fez ou, foi a senhora que a matou?
*
“Foi o vulto”
Não foi capaz de dizer mais nada; ali desmaiou
Nada demorou polícia e bombeiro
Quem é a morta? O policial perguntou
*
Vítima e quase testemunha eram a mesma mulher...
Estupefatos, quem ali assistia!
Viva e morta, face a face num espelho de sangue!
*
Quando não se ama de verdade
A vida é névoa que nos chama pela madrugada
O amor se torna um vulto que apressadamente mata e foge
E, sem o necessário tempo, nunca se pode fazer nada!
*
De Magela e Carmem Elias/Devoção ao Terror.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Folha de Acácia




Tudo é vaidade! Querida Tiê...
Falou o girassol orgulhoso e altivo,
Ao pequeno passarinho.
Olhando aquele corpo caído no chão
*
Mastigue seu veneno! Retalhou o gerânio
Entre esse nariz rubicundo e a presente sina,
É tudo igual no mundo
Olhando aquele corpo caído no chão...
*
Tolos!  Se acharem saída a procissão!
Aos homens é pertinente todo descaso,
Todo mal de corpo, alma e coração.
Olhando aquele corpo caído no chão
*
Há mulheres formosas que não notam seus desacertos!
Enchem-se de perfumes, como a ter amores:
Esquecem que a vida passa nos deixando a solidão
Olhava a pequena folha de acácia do jardim caída no chão
*

De Magela – Poesias.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017



Traz felicidade...
Logo cedinho te ver e ter
Um sorriso assim,
Igual ao teu
*
Sorriso lindo demais!
Remete às alturas...
Faz bem a minha alma,
Traz leveza e calma
*
É como se com teu sorriso
Me dissesse apenas:
Está tudo bem...
Está tudo certo
*
Só há boas noticias
Quando é o amor quem escreve
Verdade assim, gosto que seja poesia
A felicidade desse sorriso que só vem de ti
*
Magela e Elias/Sorriso/Devoção.
(Direitos Reservados - lei 9610/98).
Espelho, espelho meu...
Forma súbita de ver a vida
Sob diferentes ângulos
Se Espantar com as imperfeições
E se alegrar com as correções
*
Para alguns é forma
Do infinito desejo:
Ver a imagem que a vida nos dá;
Para outros, ver assim é absinto
*
Morte e labirinto...
Descer no infinito mesmo sem saber
Felicidade para entender as fases
Ajustar na realidade o defeito que possa ter
*
Amor também pode ser imperfeito
O peito ardente pode querer livrar-se de tudo
Olhar no espelho pode não ser a melhor saída
Para tanto sonho não há guarida.
*
De Magela – Poesias/Pode não ser a melhor saída
(Direitos Reservados – Lei 9610/98)

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Alados




Já que em mim deitaste esse encanto
Que leva minha alma e o instante
E que no paraíso me sinto
Em gloria pela manhã!
*
Já que em pleno jubilo de tormento
Em plena falta de paz
Na carência de tola esperança,
Olhaste me por dentro!
*
E “saramaguendo ainda juras...
Que nunca fizeste assim,
Na consagração de sentimentos injustos
No amparo da alma, e fim!
*
Nem forças tenho de sair de ti...
Neste cenário de deuses e olhos pagãos!
Pelo sonho vivo, alado...
Pelo amor, descubro o chão!
*
De Magela/Carmem Elias/Alados/Devoção

Não teve medo...




Não teve medo
*
Já se murmura por ai,
Que aos íntimos confiam seus corpos
E que abundam os cantos
Com tais desejos!
*
Vaso ruim!
(Veio o padre a me falar)
Há de ser suplicante, saber de vos,
Que espanto causam tais boatos!
*
De saber que teus olhos se comprazem com pecados,
Que com veludos embrulha em separado, tais ações; 
a causar mal por toda a corte,
cântaro que vive à espera desta fonte!
*
Confesse! Por que és a excessiva dimensão destes caminhos?!
Passas roupas apressadas, em relíquias, as que tu vestes?!
Não! Meu senhor. Benção eu peço... Isso a nada nos remete.
Se amar é pecado, santa emoção que não teve medo de nós dois sozinhos.
*

Desfaçatez



Tamanha era a desfaçatez
Da saudade não jurada,
Daqueles olhos copiosos e,
Daquela boca não beijada
*
Tamanha era a desfaçatez,
Que jurava que caia sobre mim
Um liquido esverdeado, transparente
E que derretia no fim
*
Pingava desde junho
Do frio consagrado pelo canto
Da saudade não jurada
E daquela boca não beijada
*
Deveria derreter a vela do coração de quem ama!
Deveria cair sobre mim aquele liquido quente!
Deveria pingar como a saudade que confessei carente...
Mas não! Tamanha era a desfaçatez.
*
Magela, Elias/Desfaçatez.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Luzes

Luzes
*
Amabilidade, delicadeza...
Encontrei em teus detalhes.
Em cada gesto que formou um novo querer!
Na leveza de teus olhos fazendo o final feliz.
*
Mais uma vez!
Não precisa ser eterno o amor...
Mas se age assim requintado,
Revirando as horas, dias e anos...!
*
Gerando esta festa do teu amor em mim,
Minha vontade será eterna.
Luzes que se acendem para desqualificar as velas!
Fogos de artifícios na docilidade de seus artifícios...!
*
Que todos os nossos desejos
Possam cortar verdades como um acoite,
Pois, cada gesto faz mai um querer,
Misturando delicadezas quando chega a noite.
*
De Magela - Poesias/Daniela Valadares Aleixo
(Direitos Reservados - Lei 9610/98)