sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Definições


Definições

Meu confronto é envolver-me contigo
Sem comprometer minha alma.
Ter que me fixar nesta caricatura de amor...
E no final ter que te negar.

Disser a todos que é mais uma imitação.
De quem quer ver num aquário, a ilustração do mar!
Que quero envolver-me com suas águas, e pelo medo...
Ter que naufragar!

A imunidade que seu amor desperta,
Faz viver mais do que sentir...
Se pela imitação desfruto o vazio
Sem ter que refletir...!

É que minha liberdade aceita seu espanto,
E sua inquietação.
Confronto maior seria, se estes meus versos
Tivessem um coração.

De Magela/Elias

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Lirismo, defeito de nossa culpa


Lirismo, defeito de nossa culpa.



Amores sem tempo sofrem ao rever o último instante.
E não sabem dar rumo ao desatino e dizer o que vai adiante...
No amor não há nada que se possa explicar!
Sendo assim, faço rabisco no céu para sonhar.

Invento qualquer motivo...
Uma data, algo que se possa comemorar.
Quem sabe não possa mudar esse destino
De sublimemente voltar a te amar.

Mas agora, como excluir a saudade eu não sei...!
Não sei negar esta insensata verdade; imagem tóxica
De ficar pensando no amor e ter que me conter.

Não entendo palavras que no vazio sofrem caladas!
Não entendo o defeito que tem minha desculpa,
Que faz do lirismo o maior defeito de nossa culpa.


De Magela e Carmem Teresa Elias.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Desconfiança


Desconfiança


Sonho velho...
Presunção de quem viveu, mas não se deu por satisfeito.
Mania que tem o coração a pulsar impulsionando a alma a mais desafios.
É sempre assim: ir à nova emoção sem questionar a razão dos risos...

Será que o risco serve como resposta aos desejos meus?!
Optei por arriscar; ir além dessa loucura trivial.
Será que aquela desconhecida desenha e, entende os personagens meus?!
Olha-me amedrontado; diz que tudo que escrevo é só mania de brincar.

Provoca-me com a proposta do seu desafio... Seduz!
E o amor fica perto sussurrando, resumindo angustias, ao me ver passar.
Vivo assim... a revirar vivências na correria do mar.
E ela chega, roçando minha nuca, convidando para ficar.

Como agora...!
Mas só quero parar, talvez um jantar.
E se ela me olhar com desconfiança...?
E depois, como fazer, se esse frio não passar?!


De Magela e Carmem Teresa Elias

Desmaiar com um beijo que dói tanto


Desmaiar com um beijo que dói tanto


Bom dia, ausência!
Por que será que essa angustia nunca chega!
Ás vezes, a saudade dói tanto
que dá até vontade de bater.


Mentira! É só presunção...
O que terá a dizer?
Inventará desculpas, talvez...
E trará mais chocolate, então?

Melhor ficar calado...
Fingir que a mágoa não importa nada.
Seguir conselhos de amigos,
Nem perguntar do atraso.

Ai, que abstinência!
Angústia da cama vazia...
Vontade de rebater este pranto
e desmaiar com um beijo que dói tanto.


De Magela e Carmem Teresa Elias

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Abstração do sal


Abstração do sal







Teus beijos trazem uma dor inserida...

Na intenção de outros beijos excedem ao amor,

Causando com versos outra ferida.



Sem explicar porque morrem depressa,

Tocando lábios com textura incerta,

Trazendo mil vontades; brisa encontrando a porta aberta...



E o tempo passando, tal qual, fera embravecida,

Quanto mais o coração vai pedindo calma é que se destranca a vida.

E pela falta de harmonia, carinhos se comprimem numa espera tão sofrida.



E teus lábios vêem morrendo a vontade na abstração do sal,

Fazendo que minha boca envelheça esperando sua chegada,

Sem tempo de entender porque te amar faz bem e mal.





De Magela e Carmem Teresa Elias (V.2)

Galhos podados











Vivo ao léu
Hôrto cheio de saudade!
Vontade do seu céu...
A esconder outra verdade.


O gosto do seu beijo
Ainda anda pela boca...
Mãos tremem na lembrança!
Não fosse o amor,diria que a dor ainda é tanta...


Mas, descalço olho para o chão...

Percebo que tudo na vida erra!
Ficando a esperança de que os galhos
Em nós podados, voltem a florescer.


Entre nós há mais do que palavras...
O amor é capaz de suportar o agridoce na terra!
Porque quem ama nunca esquece, e sabe:
Acabando o inverno será novamente primavera!




De Magela e Ana Bailune