sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Um instante apenas


Um instante apenas

Um instante apenas,
É tudo o que mais queria!
Um único e mágico instante,
Em que meus olhos brilhassem dentro dos seus.

Mesmo que, revelando desejos e incertezas...
Mesmo que, rondando o pensamento quando a noite simplesmente cai.
Quando a saudade zombeteira
Numa lagrima se esvai.

Um instante apenas...
Que pudesse acontecer em sua manhã;
Quando abrisse os olhos,
E ti revelasse esses anseios que me rondam coração.

Não dá para esquecer...
Como poderia saudade o amor vencer?
Se o amor quer um instante dos olhos teus
Para se refugiar, sonhar e morrer.

De Magela

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sei como é o amor...


Sei como é o amor.


Sei como é o amor...

Sei, como ele lida com a resposta.

Sei, que nunca diz que é para sempre

Que a gente gosta.


Pede somente...

Para que se mostre o que se pode dar.

Na maioria das vezes: o amor te abandona!

Porque não foi feito para durar.


Vive pequenino.

Tem medo das mudanças

Que arrombam a porta

Fortalecendo a solidão.


Sei, que recorre ao tempo para esquecer...

Vez ou outra questiona o vento que só sabe dizer:

Nunca cale uma emoção,

Mas, também não se perca na ilusão!



De Magela

Deuses e crianças


Deuses e crianças para dizer
O que não se pode fazer.
Justo e injusto...
Que devo fazer o que é certo!

Beleza e felicidade são assim; tão efêmeras!
Que se passa a vida inteira procurando...
E as encontrando num acaso
De um mar aberto.

Ouço todas as vozes dizendo
Como vai terminar...
Que para o quê quero, não há mais esperanças.
O que devo ouvir é o que diz os deuses e as crianças

É apenas o grito meu!
Que nem mais o silencio ouve...
Joga meu sonho ao léu!
Quantos versos se perdem na distancia entre um lápis e o papel?

De Magela

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Olha! Menina (...)




" Olha! Menina, a flor sendo levada...
Descobriu logo o valor que tem o amor.
Viveu, sentiu, amou: se feriu.
Cumpriu seu destino de flor!"

Olha! Menina...




Olha! Menina...
As águas da vida estão passando
Correm apressadas e,
Levam a flor que nela caiu.

Veja como se deixa levar...
O tempo vai levando tudo embora...
Ela nem sentiu.
Caiu e não ligou.

As certezas na minha alegria
É este amor que trago comigo.
Na aflição, faço de tudo um verso sozinho...
Sendo sua lembrança meu melhor castigo!

Olha! Menina, a flor sendo levada...
Descobriu logo o valor que tem o amor.
Viveu, sentiu, amou: se feriu.
Cumpriu seu destino de flor!

Mas, eu carrego tudo escondido!
Sua beleza e o seu calor.
Seu amor tão amigo...
E também a sua dor!

De Magela - 11/2007

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dilema


Sua forma fria e parada assusta.
A noite que vai alta, sua escuridão esconde...
Em meu pensamento nada convêm.
Só, a saudade é que me detém.

Não faz sentido olhar o céu à noite!
Ver a escuridão represando o nada...
Entre excessos desumanos reverenciando um só fim!
Distraindo a solidão para que não olhe pra mim.

Fria e parada num céu turvo...
Revelando ornamentos emocionais...
Anseios da alma apaixonada
Na loucura dos normais.

Distorço tudo! Fico de olhos fechados.
Não quero te ver mais! Não terá significado...
Agora, glamorosa é o tema da emoção...
E, eu o dilema de um coração.

De Magela

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Faço tudo!


Faço tudo!


Por você faço tudo,
Até o que não gosto.
Para que tudo seja possível,
Faço o que não devo e não posso.

É um caso sério!
Parece insubordinação.
De alguém com amor extensivo...
Com medo de amar em vão.

O rosto dela vai ficando estranho...
Parece nada entender.
Sobrancelhas de acento agudo.
O que mais tem de saber?

Eu é que queria gritar no ouvido dela
Tudo o que vai em meu coração.
Ver naqueles olhos a cor da manhã...
Mesmo que a noite se descubra
Que era mais uma ilusão.

Faria tudo mesmo!
Até, explicaria o que não tivesse explicação.
O amor ainda é um sonho permitido dentro de mim;
Esta é a questão!

De Magela

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Avenida da saudade dela




Avenida de saudade...
Ri de mim as mesmas luzes de outrora.
Os mesmos postes fincados naquela estação...
Perdidos no adeus de quando foste embora.

O mesmo brilho de trilhos...
Correndo sem ilusão.
Ferro temperando sem pressa
O que guardo no coração.

Perambulo a esmo.
Passo em frente daquela casa...
Tudo parece frio,
Sem emoção e sem brasa.

Na rua, meninos sujos pelo chão...
Tudo de pobre, caindo aos pedaços.
A lua não visita eles não!
Esse tipo de dor sempre causa embaraço.

Andarilho, vou dormir em qualquer lugar...
Feito servente de pedreiro em paiol ou galinheiro...
Tudo para complicar... Cobertor esburacado, percevejo...
Quem mandou não guardar dinheiro!

Devaneio pela avenida da saudade dela...
Sofro assim, para não esquecer jamais!
Das tantas necessidades
Quando se sai das Minas Gerais!

Mas nada corta assim tinindo,
Como ter a vontade de alguém.
Que sabe quê o frio aprissiona e não convém.
Que sabe quê a dor do seu amor em mim é mais!


De Magela

Sentido


Brilho e poesias...
Coisas totalmente opostas.
Matéria e abstração...
Que só fazem sentido
se você sorrir para mim.

De Magela

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Expressionista


Expressionista



O fundo escuro de uma
Imagem retorcida...
Encena a tristeza e a dor.
Talvez um passado meu...

O que se representa, nem sempre se experimenta.
É bizarro para que se possa entender.
É mais forte do que você já teve.
É mais do que viveu!

Estrela no chão...
Cores fortes e escuras...
Não há tantas palavras
Numa metáfora desalinhada.

De fato estou no meio.
Fechado em estúdio!
Onde surrealismo é um absurdo
Que em volta é mais um devaneio.

É na loucura que encontro a lucidez saudável!
Quem pode explicar a sua máscara sem parecer irreal?
Se toda obra tem seu contexto...
E é só na aflição que se representa o caos.

Com meu coração expresso realismo.
Forma absurda caminhando com a realidade.
Imagem linda e expressiva...
Como o amor, distorcendo a verdade.


De Magela

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Desordem no coração





Desordem no coração


Dentro da desordem
Que esta meu coração...
Não tenho pintado em cores
Não tenho tido ao menos um pouco de paz

A paz é tão poderosa
Que deveria estar em todos os jardins
Deveria estar nas rosas que dormem
Para exalar o som do amor

Mas em mim não há essas roseiras
Somente prolifera o abandono
E este não deixa perfume no ar

Quando a desordem abre a porta de um coração
Só fica um único cheiro a exalar...
O cheiro da sua saudade
Que ela deixou entrar.


De Magela

Formas





Quantas formas incertas
Escondem-se nas formas da vida!
Amor que não responde;
Aquieta-se na meia sorte diluída.

Procurar para que, se não sei onde...!
O medo que renasce na ferida...
Por estar cada vez mais longe
O amparo da investida.

Quantas formas existem no adeus!
Amor e dor, na noite sofrida.
Nem sei se rimo o desatino meu...
Quando me faltar a sua vida.

Quantas formas incertas...
Esconde um coração sem guarida...?
Sê feliz há de morrer,
Sem que nada sobreviva.

De Magela

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Uma caneta e um barco

Uma caneta e um barco

A vida é um barco que escreve sobre águas.
Água de chuva, água dos olhos, água de mar...
É sempre assim a sustentação
Quando se quer explicar.

Você é um barco a procurar segurança.
Que suavemente se inscreve como uma poesia
Que vai de encontro ao sol.
Às vezes, triste, indecisa ou com alegria.

Percorre esse universo na noite escura.
Mesmo em meio às tormentas...
Vive e morre pela realidade
Numa solidão tão sua.

Eu sou a caneta.
Escrevo sem bases solidas,
Porque não preciso de chão.
O que me acontece vai além de sua imaginação.

Deixo a realidade para ficar sozinho.
Deixo tudo para sonhar!
Vivo na loucura sonhando harmonia...
Perco-me por te esperar.

Não preciso do espaço...
O que escrevo é a vaidade de um barco
Que pelas águas se contradiz.
Limitando-se a vagar a esmo mentindo que é feliz.

Mas, quando as luzes se apagam...
E a saudade não deixa dormir.
Quando o sol nasce ansioso,
Sou eu quem te procura, sem saber por onde ir.

Mais uma vez perco o compasso!
Escreve a caneta sem saber:
Falta na realidade um abraço!
Por ilusão, vou seguindo seu barco.

De Magela

Quando acordo


Quando acordo, e não a vejo...
Me desespero!
A cabeça fica cismando;
Onde será que ela esta?

A resposta me fere.
Pois, meu coração tem a sensibilidade de sentir as coisas
nas horas mais erradas.
Como sua ausência, por exemplo, estando cercado de tantos movimentos.
Cabeça fica cismando; é por isso que não posso amar assim!

Tento dormir.
Não consigo!
Os pensamentos me traem.
São tantos...

Inconstantes, como uma poesia que não rima.
Sem versos equilibrados...
Vocabulário complicado...
Que dá nó na emoção.
Se não rima: é crônica poética.
Que importa?!
Também saí do fundo do coração.
Como nós: poesia que não rima.

Mais uma noite se acaba.
Nossas almas sentem que na dor foram esculpidas.
Mesmo assim, ninguém sabe:
Que foi o amor esculpiu nossas vidas.



De Magela

Arrepiado


Arrepiado


Fico arrepiado no braço
Quando sinto saudade dela!
No começo, sentia era medo.
Sem saber que sensação era aquela.

Quando ouvia o silêncio...
E deste meu medo sem saber explicar;
Por que eu tinha de ser assim tão romântico
A ponto de arrepiar?

Ah! Pra quê saber a resposta.
Que importância há na verdade,
Se ao final, devemos esquecê-la
E perdoar?

De Magela

Papel e lápis


Papel e lápis


Olha-me do alto...
E quer que eu decifre.
Capricho e aponto
O lápis.

Aponto.
Aponto para mal traçar linhas...
Para pensar e escrever com a ignorância
De quem nunca aceita o obvio.

Devorando o silêncio vai a escrita...
Procurando reverter sua explicação.
Encolhe-se! E se maltrata,
Pra fazer sentido na inspiração.

Uma obra que ficará num caderno perdida...
Esperando o que sempre se espera:
Que o amor não seja apenas um minuto vazio.
Que não passe, como se passasse na vida!

O papel topa tudo!
Do amor nunca entendeu quase nada.
Lápis, papel, solidão de um só verso.
Juntos na mesma estrada.


De Magela