segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Avenida da saudade dela




Avenida de saudade...
Ri de mim as mesmas luzes de outrora.
Os mesmos postes fincados naquela estação...
Perdidos no adeus de quando foste embora.

O mesmo brilho de trilhos...
Correndo sem ilusão.
Ferro temperando sem pressa
O que guardo no coração.

Perambulo a esmo.
Passo em frente daquela casa...
Tudo parece frio,
Sem emoção e sem brasa.

Na rua, meninos sujos pelo chão...
Tudo de pobre, caindo aos pedaços.
A lua não visita eles não!
Esse tipo de dor sempre causa embaraço.

Andarilho, vou dormir em qualquer lugar...
Feito servente de pedreiro em paiol ou galinheiro...
Tudo para complicar... Cobertor esburacado, percevejo...
Quem mandou não guardar dinheiro!

Devaneio pela avenida da saudade dela...
Sofro assim, para não esquecer jamais!
Das tantas necessidades
Quando se sai das Minas Gerais!

Mas nada corta assim tinindo,
Como ter a vontade de alguém.
Que sabe quê o frio aprissiona e não convém.
Que sabe quê a dor do seu amor em mim é mais!


De Magela