quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Só para estar ao seu lado.


Só para estar a seu lado.


Somente eu compreendo satisfeito
A linguagem rouca que este amor me leva.
Mesmo que a magoa gagueja,
Que para o amor eu nada seja;
Como, cola que em mim não pega.

É tudo como um ciclone
A levantar todos os meus despojos.
Minhas loucuras... Risadas...
Toda felicidade que não sabia de onde vinha.

Compreendo satisfeito...
As horas tristes que passei.
Toda saudade que senti.
Por saber, por quem meu coração batia.
(Batia por ti).

Perfura-me o peito essa solidão!
Toda aquela ausência que não saberia explicar...
Tinha tudo, e nada tinha.
E, com a força que agora vinha; tudo o que não sabia.

Ah! É nestas horas que me encontro arrastado...
Já sabendo o que oprimia.
Como doido, eu mesmo me feria.
Saudoso e inconseqüente.
Que vontade de dobrar o tempo!
Só, para estar ao seu lado.

De Magela
Comunidade: Poesias pra esquecer

Sem nada vestido


Sem nada vestido

Através da janela do mar
Ouvem-se os ruídos dos temores
Daqueles que por ventura de alguma incerteza
Naufragaram sem os seus amores

Mas quando fito o seu olhar
Ouço os suspiros que o amor pode me dar
Mesmo aqueles escondidos, atrás das paredes fortificadas
Deste meu coração

Por isso, vivo contemplando seu crepúsculo
Navegando em busca desse impossível
Quantas vezes me desfaço do alvoroço
Que a solidão transforma numa ilusão?

Quantas vezes...
Estou só na lembrança de seus olhos que me comprazo?
Eu sei que para alguns o mar é enfadonho
Mas eu vivo sem nada vestido; perdido neste sonho.

De Magela

Penhasco

Olho e vejo o penhasco.
Perigo evidente das
Nossas faces escarpadas
Que não pensei.

Por lá descerem águas escuras
Na minha pele negra.
Tão inocente e vulnerável
Quando amor foge a regra.

Abismo para os pés...
Nessas águas agitadas ainda somos um
Mesmo que aperte a saudade com aflição:
Sem o céu; sem alcatéia; de modo algum.

Nossas vidas são águas furiosas sem direções
Que surpreendem perigosas
Nossas ilusões...
Quase a desistir.

Por ver nossos corpos desamparados
Em meios as águas no fim do embaraço...
Nem esse fracasso
Fazem-nos mentir.

Agarro com afinco sua poesia.
Nela, sinto amparo e abraço.
Compreendida livra do penhasco
Se for para morrer em seus braços; feliz eu morria.

De Magela

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Duas peças de quebra-cabeça




Duas peças de quebra-cabeça

Saudade na chuva
É um sentimento aturdido.
Rasga invisível,
Tudo o que fica pra trás.

Como lágrima de água fresca
É a chuva descendo pelo rosto...
Encaixando com silêncio
Duas peças de quebra-cabeça.

Expulso o sonho do pensamento...
Tranco em qualquer lugar do coração.
Não quero que nada mais escape
Revelando esse tormento.

Pode rasgar as fotos e dizer que nada existiu
Em mim existe uma prova material desta dor
Isso não apaga o que o passado construiu.
Não apaga o meu amor!

DM

Decifrada...




Quando a solidão assedia
Querendo saber,
Coisas que não se fala;
Comece a escrever.

Escrevendo...
A mágoa não fica.
O coração não desgoverna
Ela procura outro lugar.

Decifrada...
Não deixa desespero.
O sonho fica sem pressa
Não chora ao travesseiro.

Suportada;
Revela a alma.
Nos lugares proibidos que habita:
A poesia à acalma.


De Magela

Tudo resignado






Meu rosto queimava de calor,
Meus pensamentos voavam.
Não havia nada naquele momento
Para me proteger.

Tudo resignado!
Finalmente; já sabia
Que uma nova dor
Ia aparecer.

Aquele buraco imenso
Cavado no peito...
Verdade que não suporta o tempo.
Quem mandou amar deste jeito?

Meu sonho doía e incomodava...
Assuntos inacabados sempre provocam dor.
Essa saudade aqui dentro, essa dor tão intensa!
O coração ainda batendo de amor...

De Magela

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Arte



Arte

Palavra chave para renascer...
É transformar
Abranger com clareza
Toda questão

Ter uma cara nova
Querer enfrentar superar
Para isso:
Arte é emoção

Querer te pintar
Esculpir-te,
Narrar-te
Evoluir-te

Deixar a idade média em segundos
Arrancar os artistas profanos
Que sempre se escondem
Lá no fundo

Ser humanista
Fugir deste mundo
Renascer ao seu lado
Nesta vida de artista

Mesmo profano...
Arte e palavras são
Minhas melhores conquistas
Pra dizer o quanto amo.


De Magela

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009



Como o vento beija a montanha.

Quando te beijar,
Quero que seja igual
Ao vento quando beija
A montanha.

Tão suavemente...
Que o sol se esconda.
Tão calorosamente que a lua saia.
Tão essencialmente, qual o perfume.
Das rosas.
Tão cheio de meus sentimentos
Que a chuva caia.

Nele colocarei minha alma.
Vontade de viver...
Quero mostrar o quanto te quero.

Quando te beijar...
Não verei este gesto, com os olhos do mundo não.
Quanto o vento beija uma montanha
Beija com o coração.


De Magela


Onde esta?

Quem conhece o amor não sabe dizer
Que roupa hoje ele veste.
Não sabe dizer onde gosta de ficar.
E onde deveria estar...

Dizem apenas que anda por aí...
Que nem se preocupa com o vestir.
Um gira-mundo!
Que não tem medo de cair.

O amor tem sonhos infinitos
Gosta de ficar sem rumo.
Desliza no travesseiro da casa rica.
Se, dizem quem tem virtude, ele diz que é pobre.

Seja noite ou dia...
Num palácio ou na bica...
Faz-se despreocupado:
Ninguém sabe onde fica.

O amor é engraçado...
Nunca arranja paliativo para minha solidão
Mas dissiparia o medo que tenho do escuro.
Quer brincar de esconde-esconde-coração

“Eu é que devo procurar!”
Procurei...
Ainda procuro, apesar da resistência...
De todas as auroras, dos desafios...
Das lembranças.
Da agressividade e da incontinência.

Com ar de solidão brinco com a saudade...
Fiquei a deriva sem nunca encontrar.
Agora que encontro normalidade
Já sei onde deve estar.

Guerra infinita!
Meu verso viola a simplicidade
Sei que mora num sonho teimoso
E a salvo da amargura e falsidade:
Mora em seu olhar!

De Magela

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O pior castigo é a solidão


O Pior castigo é a solidão

Cada ano avança mais a solidão
Pra dentro do meu coração.
Tento disfarçar...
Arrumar alternativas
Mas, é como andar mil léguas.
E sempre se achar sozinho.

Amante da caminhada que leva
Pra qualquer abraço sincero
Que seja meu.
Mas, mata-me este vazio.
Que me deixa cada vez perto do nada.

Quem não tem a pressa de ver chegar o dia?
Se, mesmos apressados, todos vivem em busca do amor?

Dilatei minha vista.
Tento libertar-me desta conquista
Ninguém precisa da solidão.
Falsa amiga que me tortura
Morte-cor da emoção.

Morurê-de-flor rouxa é o amor que escolhi.
Escolhi amar a lua, que me deixa na noite e na solidão.

Aqui quieto e parado
Passaria por moinho abandonado
Triste e sem direção.
Mas, cada amor tem o seu castigo...
O pior castigo é a solidão!

De Magela –

A distancia não vai atrapalhar




A distância não vai atrapalhar

Não sossega meu pensamento
Cheio de sentimento e travesso...
Que deixam o coração inquieto
Querendo ficar do avesso

Querendo mudar o tempo
Mudar a tempestade que esta preste a surgir
Desalinhá-la!
Mudar as conseqüências.

Tudo em mim vai a este encontro
Mas longe você foi ficar.
Desabafo! Detalhe insignificante
A distância não vai as regras ditar.

Um coração apaixonado não deixa se abalar.
A lua pode se esconder, estrelas deixem de brilhar...
Enquanto amar você
A distância não vai me atrapalhar.

De Magela/Joani Barros

Ouvindo a escuridão


Ouvindo a escuridão

Devaneando na escuridão...
Ouvi um desmesurado bulício
Que veio lá do fundo
Do meu coração.

Os sonhos terminam
Diante do mar, dizia.
No espanto da insônia
O que o silêncio queria?

Eu te amava olhando a chuva,
As flores e estrelas no céu.
Que o amor tinha se perdido na espera
Amparado pela quietude.

Com olhos cheios de lágrimas
Decidi o momento que ficaria vago
E o que poderia ser suportado,
Antes do espasmo no nada.

Ouvindo a escuridão
Meu coração não sabia suportar saudade.
Não sabia que o amor é um sentimento confuso...
Mais esconde a felicidade.

De Magela

A cor da dor




A cor da dor

Para que se descreva o amor é preciso entender a dor.
Amor e dor andam de braços dados...
Coração apaixonado não consegue manter dentro dele
Os exageros do amor.

Tudo muda num coração!
Grandes amores acabam virando sonhos de verão
É disto que a dor gosta:
Mais uma distração!

Um mal entendido...
Um ciúme exagerado...
Uma falta de palavra
Um amor descontrolado...

Pronto! Logo, só restará uma cor.
O que era antes apaixonado
Descontrolado...
Passa a ter a cor da dor.


De Magela

Enxárcia




Enxárcia

Perseguido pelo sussurro de mágoas...
Que convertem um homem
A um simples olhar vadio;
Afrouxei cordas silenciosas.

Sussurro de esquecimento
Nas noites sem estrelas.
Vida sem estrutura...
Vácuo no firmamento.

Mau tempo de quem não sabe amar...
Destino travesso que se incomoda
Se eu cantar.

Sussurro sonhos que naufragaram por ilusão.
Enxárcia! Grande emaranhado de mágoas...
Vínculo que liga o amor:
Dor e consciência no coração.

Soltam as cordas do destino sombrio...
O amor fica desolado olhando a chuva.
Espanto na embarcação!
São mágoas agora que movimentam o navio.

De Magela

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


Como explicar esse amor em nós?


Como devo explica o amor
Em nós?
Não o amor dos olhos...
Dos santos...
E dos laboratórios.

Como explicar que esse amor se atreve
Sem causar alvoroço?
Quando inicia sua jornada
Num simples fulgor no rosto.

Como explicar o que sinto
Quando minha boca encontra a sua?
Se de moço,cada vez mais, tenho revivido...
Que seus olhos passam mais de mil sentidos.

Que neles eu vejo a lua...
Não há se quer explicação!
Quem imagina ser mais uma tentação
Fatalmente erra.

No seu beijo nasce o calafrio
Com seu toque o corpo inflama...
Minha alquimia vira um sonho:
“É como um tremor na terra!”


De Magela