segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A saudade é uma criança


A saudade é uma criança

Assamos o pernil.
Gelamos o champagne e postamos a mesa,
Como se fosse uma oração...
Poesia de Natal, talvez, mas foi que Deus serviu.

Adulei as crianças!
Sorri mais do que devia...!
Corri pelos cômodos da casa...
A procura de mais ternura e emoção.

Tive em mim mais um pecado: a ansiedade
Por ver aqueles rostos se alegrarem mais uma vez!
Por ver os mais velhos soltarem suas lágrimas,
Como se estivessem alimentando-se de perdão.

E por dentro, a cada laço que destrançava dos presentes...
Abraçava-te em cada um deles. Na boca o gosto do creme de avelã e panetone
Misturado ao peru assado, servido com frutas em caldas...
Para adoçar uma imensa saudade.

O olhar perdido junto a arvore de Natal, para lembrar-te dizendo:
Não haverá caixa fechada que um sorriso não abra.
E, depois de aberto, uma voz de longe vir respondendo:
A saudade ainda é criança e com presente se encanta!

De Magela e Carmem Teresa Elias

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz Natal, minha filha!


Laço, fita, Natal e festão


Tenho uma foto de minha filha,
E junto dela um pé de laranja lima
Que meu pai plantou no fundo do quintal.
Poderia ser uma decoração qualquer, se ele não me falasse.

Era difícil explicar para alguém
Que eu gostava de ali ficar,
Imaginando aventuras em outras galáxias,
Ou, então montado num poderoso alazão.

Era aquele pé magrinho, que ouvia quando a tristeza
Batia-me e, por Beatriz mais uma lágrima da alma
Saltava--me...
E em seus galhos caiam.

Certa vez, era Natal. Todos lá em casa ganharam como presente
Bonecos de Papai Noel. Meu pai coitado, não tinha imaginação,
Parecia que ele se encantava com aqueles bonecos, mais
Do que poderia. Parava comprava e nos dava com alegria.

Meus irmãos agradeciam, mas logo, deles se desfaziam.
Eu os pedia para mim. Eles morrendo de rir, me davam seus bonecos...
Até os gatos sumiam apavorados, talvez imaginando
Coisas que não existiam.


Arrumava-os naquela árvore...
Ajeitava em seus galhos, aquele bonecos...
Alguns, até rasgados e incompletos.
E terminava a decoração com bolas e festão.


À noite, ficava na janela olhando minha arrumação...
Laços e fitas, lima e limão, luz da lua a clarear,aAlguém naquela imensidão.
Dava tempo ainda, antes que a gente dormia,
De repor Beatriz na lembrança do meu coração.


De Magela e Carmem Teresa Elias

(Arrume sua árvore de Natal com alma e sutileza. Há aqueles que não se importam com os símbolos, mas sempre haverá olhinhos atentos que ainda acreditam em seus sonhos. Feliz Natal, minha filha!)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pranto Negro


Pranto negro (Asterismo)

Era só uma maneira de pintar a casa:
cobrir com tinta a saudade que emanava sobre a parede.
A cada pincelada uma cor...!
De olhos negros e tristes eu lembrava.

Um dia, sem que se faça o sorriso nos olhos da alma aflita,
Esvai-se a luz, num instinto da dor, com a pincelada de tinta...!
Por compaixão, cobrindo a imagem com um céu sem as nuvens,
E os tetos brancos mantendo a solidão gritante.

O desconsolo mais precioso da verdade é o contraste!
Nada se iguala quando se compara os traumas entre dois mundos:
Dela a lembrança mais viva a me fazer chorar...
E ela a janela entre aberta que jamais me verá soluçar!

Tão intensos eram aqueles olhos, escuros e opacos
Que nunca esconderam o brilho do amor!
A solidão me faz ver estrelas em meu quarto sem apego,
Com o mesmo sorriso branco do meu pranto negro!


De Carmem Teresa Elias e De Magela

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Simplicidade para dizer que te amo


Simplicidade para dizer que te amo

Contentaria-me com o gesto mais simples do amor:
Aquele que possa dizer que se ama...
Aquele, cujo brilho fraco e terno da tarde
Aquietasse teus olhos, e o mar.

Mas dependo tanto das palavras...
Palavras, são cheia de defeitos: não conseguem tudo dizer...
O que fazer com um coração sonhador
Que vive buscando mais sentidos para esse amor?

Amar agora é uma metáfora sentida...
Sol e tarde. Personagem e sentimento.
O existir que depende das cores do pensamento...

Sozinha a tarde não basta!
E por saber que é preciso simplicidade para dizer que te amo...
O tempo não passa!...


De Magela e Carmem Teresa Elias

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Desapego


Desapego

E me sento na praia,
braços estendidos a te abraçar.
abrigar-te em meu colo e saber...
Como é bom poder te amar.

Nesse misto de dilema e paz,
ofereço a rosa mais perfumada que encontrei.
lançando ao mar a esperança que para esse encontro...
As águas se carreguem.


Não adianta o esforço desse querer...
Se ao mar, descobre-se: e é finito!
E o amor nuca permite se conter...

Pensando apenas em te ver feliz,
Só resta, beijar e tocar o maior encontro que o amor permite:
doação completa deste beijo em desapego e não negar o que existe.

De Magela e Carmem Teresa Elias

Privilégio


Privilégio

Privilégio é quando a natureza se enamora...
Um pássaro que canta para chamar você de volta
Deixando uma pergunta no ar:
Para que ficar nas nuvens se teus segredos passam por aqui?

Privilégio é quando a natureza se enamora...
Mas desdobra num sorriso, porque você irá chegar.
Esquecendo o frio repentino que faz em dezembro
De frente do mar.

Privilegio é o silêncio de uma foto...
Fazendo ir tão longe à solidão,
Que mesmo apertando o vazio
Eu a sinto em meu coração!

Privilegio é poder te amar assim:
Não menos egoístas, nesta indolência honrada,
Onde as manhas nascem azuis, os pássaros ficam distraídos...
E de ti, eu me enamoro, parecendo que perder o juízo.

De Magela e Carmem Teresa Elias.

Tua alma é o encanto da minha


Tua alma é o encanto da minha

A alma também pode ser efêmera...
Como são, as promessas vãs que fazemos em cada momento.
Pode ser tão nua a se contentar apenas...
Com um encantamento.


Esconder beleza, num suspiro de alegria,
Decifrado em palavras bem intencionadas,
Que banham o fundo desta calma,
Pela nitidez e leveza com que são faladas.

A intenção sincera do gesto...
É para dizer que a amo tanto,
E que só a intençãor, basta e sacraliza.

O que pode ser mais infinito do que palavras se despindo...?
E o que pode ser mais brando, que teu olhar a dizer bem mansinho...?!
Se a tua alma é todo o encanto da minha...!

De Magela e Carmem Teresa Elias

Há caminhos que só o amor responde...



Há caminhos que só o amor responde...

Das geleiras às primeiras corredeiras,
um pequeno rio faz julgo ao seu corpo.
Onde a pele da terra só pode ser escondida pelo leito das águas,
lá naquele pequeno mundo, o primeiro momento de um amor aflora.


Na natureza e no coração do homem
a diferença será sempre a intenção.
Pois, é da neve que se solta
o desejo mais ardente do verão.

E da noite em que se toca a transparência mais aquosa que se investem as mãos,
envolve-se a montanha... A seguir a explosão!
Serpenteiam os desfiladeiros enquanto aos beijos, os vales pecam o pecado dos céus...
É que há em tudo uma contradição: que afeta longe...

Qual nuvens altas sob os pés o curso do rio chega ao fim.
Dá-se a montanha por vencida! Mas um desejo leva a outro... e outro....
e, ao longe, uma enseada indaga um rio: Onde estão as águas que ao mar completam, mas também não bastam?

Há coisas que são tão próximas que se pode tocar.
Outras são possíveis, mas há que se valer de grande esforço
Há caminhos que só o amor responde, com a humildade de nunca questionar
as águas das chuvas, dos rios, dos mares e do seu olhar...

De Magela e Carmem Teresa Elias

O teu desejo leva a outro e outro ...


O teu desejo leva a outro e outro...

“Sete necessidades são básicas!”
Disse o filosofo.
Mas não explicou, por que um desejo leva a outro...
Por que te desmereço num olhar imemorável.

Animas e animus...
Segredo do meu gosto!
Tudo o que quero trago claro no rosto
Mas tenho medo de dar-te o desgosto.

Preciso do teu café...
Se ele for a explicação do que vejo
Deve haver naturalidade, num sorrir de verdade
E não no doce do teu beijo!

Brinda com ele a fé que há no inverno...
Por que o desejo do teu doce leva a outro, e outro, e outro.
Que posso gozar no teu céu...
E conhecer o teu inferno.


De Magela e Carmem Teresa Elias

Comprei rosas, posso te dedicar uma...?



Comprei rosas, posso te dedicar uma...?

Comprei rosas amarela, meio desajeitado...
Qual cor você gosta? Ela riu como se fosse um verso.
Aquela rima que vem envolta de claridade, cheia do receio de voar,
E que repentinamente se solta.

As rosas eram doces e sem iguais.
Não escondo o que sinto, o carinho que me aflige
Entre os espinhos que vou abraçando...
Despindo das dores e dizer jamais!

Agora o acaso é meu...
Acordar de madrugada e te pensar na água fria do mar.
Jogar as rosas... Dizer algo além da saudade.
Mostrar que o meu carinho é maior do que se possa pensar.

Se nasce assim desajeitado...
Se rima com teu verso...
Se comprovo abraçando a madrugada...
È porque te adoro mais que a dor do verdadeiro amor!

De Magela e Carmem Teresa Elias

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Guardo na alma


Guardo na alma



A casa está vazia...
Mas, onde quer que esteja,
Sei que saberá que não esqueço que a amo.
Amo mais que tudo!

Se o tempo leva a lugares distantes
Fazendo esquecer, e a recomeçar em outro lugar,
Apagando parte de mim...
Tenho sentimentos que guardo no coração e na alma.

E mesmo que um dia a vida acabe,
Que o coração fique velho, cansado,
E pare de bater, meu amor estará seguro...
Eu o levarei por onde for.

Para os corpos a certeza do toque,
Para os corações, tristezas e alegrias...
Aos olhos cores em movimento, e para mim a certeza de não ferir a calma,
Porque jamais deixa de existir o amor que se guarda na alma.

De Magela/Moleta/MQTD.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Reviravam meus desertos


Reviravam meus desertos



Apesar de lhe tratar com carinho
E ternura...
Sinto vontade de escrever com os desejos,
Mas não sei como, me componho.

Freio os beijos.
E a boca encerra o dilema assim:
Nunca beijando o seu principio...
E nem conhecendo o seu fim!


Porque em meio à vontade,
Vieram teus olhos curiosos...
Que mesmo fechados,
Reviravam meus desertos,
E o que havia dentro de mim.


Teu beijo cigano gira meu corpo...
Levanta areia e rodopia em dança.
Se um beijo nada deseja...
Mas meu coração te almeja e canta.



De Magela e Carmem Teresa Elias

Indolência


Indolência



Indolência é amor sem pecado...
Travessura, talvez sem o certo e errado.
É a nitidez com que te trago comigo...
Revirando nos versos, meu próprio castigo.


Indolência é ter que esperar...

Na boca os risos e lucidez que pode me dar.
Indolência é meu medo de te perder...
De te amar mais que a vida, e nunca te ter.


Indolência é a poesia...
E a poesia é um estado de amor.
Que mesmo na saudade...
Escreve-se com dor.


De Magela e Carmem Teresa Elias

O que seria o amor...?


O que seria o amor...?
(se eu dissesse que te amo mais ainda!)


O que seria o amor...
se não existisse o perdão que só a tua presença traz?
Será que haveria esse sono a escurecer a noite,
e os segredos que no teu coração se escondem?

Poderia o amor romper-se em luz, a brilhar no meio do dia,
Fazendo olhos incandescentes?
Haveria alguma ilusão em namorar estrelas...
Quando essa flama supera a solidão de quem é triste?

Conteria equilíbrio o amor com harmonia, inventando, perdoando, refazendo o que nem existe?!
O amor dispensaria a terra, o céu para flutuar distinto no espaço?
Onde o coração é apertado e o infinito fica mais claro...

E no avesso da imensidão que meu peito ironiza em poesia...
Haveria uma emoção mais fria a se debater na espera da tua vinda?
O que seria a imensidão ao teu lado, se eu dissesse que te amo mais ainda?!


De Magela e Carmem Teresa Elias

Tramas


Tramas


O que tramas com palavras, quando tenta compor o enredo de nossas vidas?
Espera suprir com gosto, outra ausência sentida...?!
E, tanto disseram saudosas...
Deixou que a pressa desse a última lida.

É que, até as palavras sentem tua falta!
Sentem falta do teu apego...
Gingado os corpos, escorrega o som por tuas mãos,
Que a poesia, delira no momento em que o silêncio dispensa fingimento...

Meu amor não depende dessas leituras...
Não se escreve com palavras,
Na distancia nunca se conforta!


Escreve seu próprio final e com voz emudecida, isenta-se de justificativas.
Porque nossa historia traduz-se por dentro,
Na solidão de um segredo, nos receios da expectativas!

De Magela E Carmem Teresa Elias

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Beija-mão


beija-mão

Esvaziado de sentido...
Fui buscar espanto na curiosidade.
Moderação, ela disse.
Deve-se seguir o cerimonial da verdade.

Dos olhos dela, a fina flor exaltava...
Poesia leve e sincopada.
Beleza, capricho da palavra!
Lisura e emoção suavizada...

Curvo-me à distinção que o amor faz de mim,
Quando harmoniza em gestos o sentido que havia colocado meu olhar no chão...
Da vida, nessa sensação aflita: beija-mão...
E, reinante, mantém minha devoção assim.

Montanhas ergueram-se nos mares quando a terra ainda era só uma ilusão.
Buscando teu amor, esvaziado de sentido, mesuro a intenção da investida...
Verifico que a saudade, de nós é a que mais fala,
Em sua dissimulação, arranca do peito o meu coração!

De Magela e Carmem Teresa Elias

O que seria o amor...?


O que seria o amor...?
(se eu dissesse que te amo mais ainda!)


O que seria o amor...
se não existisse o perdão que só a tua presença traz?
Será que haveria esse sono a escurecer a noite,
e os segredos que no teu coração se escondem?

Poderia o amor romper-se em luz, a brilhar no meio do dia,
Fazendo olhos incandescentes?
Haveria alguma ilusão em namorar estrelas...
Quando essa flama supera a solidão de quem é triste?

Conteria equilíbrio o amor com harmonia, inventando, perdoando, refazendo o que nem existe?!
O amor dispensaria a terra, o céu para flutuar distinto no espaço?
Onde o coração é apertado e o infinito fica mais claro...

E no avesso da imensidão que meu peito ironiza em poesia...
Haveria uma emoção mais fria a se debater na espera da tua vinda?
O que seria a imensidão ao teu lado, se eu dissesse que te amo mais ainda?!


De Magela e Carmem Teresa Elias

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Inacabada


Inacabada


Há muita coisa inacabada dentro de mim, e você é uma delas.
Na geografia desse mapa, faltam as nuvens altas, e relevos.
E aqui dentro, nesta história...
Falta a loucura de um quase-romance.

Momentos que se perde a cabeça deixam seus muitos traçados...
Linhas sem definição de olhares improvisados!
Mares a gritar sem terem seu ungüento.
Toda essa calma a mudar minhas idéias, te confesso; não agüento!

Não há vento que seja metódico!
Não há beijo com planejamento...
Não há vida, quando é o personagem quem nos altera e,
Como montanhas altas da lembrança do descontentamento!


Não há tempo que adapte mudanças que não deixam repensar teus traços.
Registre esse fato amor: nuvens altas, precipícios das incertezas...
Há muita coisa inacabada me deixando assim e,
O que farei sem o teu abraço?

De Magela e Carmem Teresa Elias

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Baía fria


Baía fria

Não é assim que funciona...
Quero mais!Quero-te perto quando a noite vem
Quero teu tudo, porque só assim recomponho
Uma saudade que só a noite têm!

E mesmo assim...
Os barcos param na enseada de Botafogo,
Quando só uma coisa me conquista...
Quando descubro que do mar, o sonho é o maior navegador.

São nessas noites quando o mar sabe,
Sabe das minhas lendas, e das minhas ansiedades.
Sabe das horas que na madrugada...
Procuro no céu e a baía fria não vejo mais.

Porque o tempo é isso: murcha as flores para nascer o fruto.
E o amor se dá pelo sacrifico da dor reconhecendo suas intenções...
Mas em meu peito não é assim que o amor funciona:
Busco somente a lua e na madrugada fico esperando o teu sorriso neste cais.


De Magela e Carmem Teresa Elias
(104/CTE-DM/11-2011)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escrever é uma ilusão! Um filme que o coração assiste...


Escrever é uma ilusão! Um filme que o coração assiste...

Ah! Lembraste de mim...!
E minhas lembranças somam-se às tuas.
Deste elo que sai por metáforas...
Das frases curtas de poesias com perdão.

Escrever é uma ilusão! Como um filme que meu coração assiste...
Quando das formas eruditas, se extrai em película e,
Teu rosto faz as melhores cenas...
Tua alma não nega, mesmo em fantasia mais esse abraço!


Mas o teu olhar não é um filme que se escreve!
Quem sabe sem essa platéia solitária da ilusão...!
Deste cinema mudo: Chaplin, música e do lirismo que está meu coração...

Em meio às contas, cedo o tempo para de ti estar perto,
Com a ilusão que se dá ao perdão e a fantasia! Memória sem cansaço!
É nesta página branca do amor e de poesia, que te deposito o meu abraço.


De Carmem Teresa Elias e De Magela

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Flores ao chão



Flores ao chão


As flores caíram ao chão...
A dor que veio, não foi por que se despedaçaram.
Não foi por que foram apartadas do seu porto seguro...
E pelo que foi feito de suas cores.

Foi porque traziam a lembrança do teu amor!
Aquele amor que se vestia de espinhos na primavera
Cujo fruto amadurecido alimentava tantos sonhos
De minha quimera.

Flores também são livros...
Por elas conseguimos ler o que vai ao coração de alguém.
São mensagens refletidas em meio ao nada
A consagrar o carinho que se tem.

Busquei junta-las em outro vaso...
Desta vez reguei com a dor que ainda inflama...
E com lágrimas abrem-se as portas da verdade,
Só por elas se corrige a natureza humana.

De Magela e Carmem Teresa Elias

VB 03/2011

Só quando...


Só quando...

De uma forma extraordinária
Uma pomba perguntou do meu amor...
O amor pode ser uma teoria,
Um bramido ou uma nova dor.

O universo é feito de pequeninas partículas,
Do motor perpétuo de coisas não cientificas
Impulsionadas apenas por uma única energia...
Ela estremeceu.

Muitas ciências existem para decifrar isso, tendo apenas nas mãos
Lápis e um pequeno papel rasgado.
No horizonte de muitas sabedorias morais e dos conceitos
Que sempre se coloca de lado.

Poderá você me ensinar a amar...?!
Filosofia quântica tenho para explicar,
Mas a vida me deu apena uma resposta:
Só aprendemos a amar, quando aprendemos a cantar!

De Magela e Carmem Teresa Elias

VB 02/2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Discrepância


Discrepâncias


Em minha cabeça não cabem essas estórias...
Só passa um rio que derrama pela boca,
deixando a secura de não conceber o mar,
E comparado a você sou pobre.


Não falo da pobreza que tem o desejo de aprender com a paixão...!
Nem entendo a linguagem de seus beijos...
A tradução que essa fascinação causa e que não tem humanidade!
Não recebo o convite do seu olhar e tudo soa tão mal...

Por isso, só bebo a discrepância da sua ausência.
Água fria derramando que não chegar à boca...!
Defeito de quem ama e, é absorvido pelo drama.

Ando nu: pobreza dos poços que se fecham sem rios!
História a se conter, palavras que rimo sem lhe dizer.
Que esta é minha tristeza, sem margem e sem final.

De Magela e Carmem Teresa Elias

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Se eu fosse o seu amor


Se eu fosse o seu amor





Se eu fosse o seu amor,

Sentir-me-ia encantado...

Porque você completa o meu verso

E quando acontece, a vida faz muito bem.



Se eu simplesmente fosse...

Teria cuidado ao tocar seus cabelos macios.

Teria o mesmo cuidado para beijar seus lábios...

E fazer as viagens que os corpos sempre fazem.



Não me contentaria em ser como o vento...

Quando toca, acarinha e beija o mar

Com a suavidade das almas apaixonadas!



E na infinita essência do perfume iria ousar mais

Sabendo da mortalidade que tem as mãos quando tocam.

Sabendo que os sonhos são mais eternos quando se tornam reais!



De Magela e Carmem Teresa Elias

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cardápio


Cardápio


Vou almoçar e, hoje o dia esta quente.
Logo pedirei uma ode às palavras frementes.
Para que sejam entendidas
Quando servidas ao tempo.


De sobremesa: um sorvete com versos de saudade.
A mesma saudade fria e gelada...
A mesma sensação...
Que ficou quando disseste adeus e partiste.


Talvez algo tão gelado mereça estar acompanhado de algo fervente,
Mas servir-me-ei de ti e, com um pranto frio,
Simplesmente cerejas adocicadas no amargor.
Repetindo o sabor que ficou do amor quando a noite caiu!

Hoje o dia está quente pelas palavras engolidas sem despedida.
Bebidas ao desatino e à temperatura ambiente!
Quando a vida é de lágrima sorvida, e cheia de ilusões...
O paladar dá um tempo pelas escolhas sentidas.


De Magela e Elias

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Definições


Definições

Meu confronto é envolver-me contigo
Sem comprometer minha alma.
Ter que me fixar nesta caricatura de amor...
E no final ter que te negar.

Disser a todos que é mais uma imitação.
De quem quer ver num aquário, a ilustração do mar!
Que quero envolver-me com suas águas, e pelo medo...
Ter que naufragar!

A imunidade que seu amor desperta,
Faz viver mais do que sentir...
Se pela imitação desfruto o vazio
Sem ter que refletir...!

É que minha liberdade aceita seu espanto,
E sua inquietação.
Confronto maior seria, se estes meus versos
Tivessem um coração.

De Magela/Elias

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Lirismo, defeito de nossa culpa


Lirismo, defeito de nossa culpa.



Amores sem tempo sofrem ao rever o último instante.
E não sabem dar rumo ao desatino e dizer o que vai adiante...
No amor não há nada que se possa explicar!
Sendo assim, faço rabisco no céu para sonhar.

Invento qualquer motivo...
Uma data, algo que se possa comemorar.
Quem sabe não possa mudar esse destino
De sublimemente voltar a te amar.

Mas agora, como excluir a saudade eu não sei...!
Não sei negar esta insensata verdade; imagem tóxica
De ficar pensando no amor e ter que me conter.

Não entendo palavras que no vazio sofrem caladas!
Não entendo o defeito que tem minha desculpa,
Que faz do lirismo o maior defeito de nossa culpa.


De Magela e Carmem Teresa Elias.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Desconfiança


Desconfiança


Sonho velho...
Presunção de quem viveu, mas não se deu por satisfeito.
Mania que tem o coração a pulsar impulsionando a alma a mais desafios.
É sempre assim: ir à nova emoção sem questionar a razão dos risos...

Será que o risco serve como resposta aos desejos meus?!
Optei por arriscar; ir além dessa loucura trivial.
Será que aquela desconhecida desenha e, entende os personagens meus?!
Olha-me amedrontado; diz que tudo que escrevo é só mania de brincar.

Provoca-me com a proposta do seu desafio... Seduz!
E o amor fica perto sussurrando, resumindo angustias, ao me ver passar.
Vivo assim... a revirar vivências na correria do mar.
E ela chega, roçando minha nuca, convidando para ficar.

Como agora...!
Mas só quero parar, talvez um jantar.
E se ela me olhar com desconfiança...?
E depois, como fazer, se esse frio não passar?!


De Magela e Carmem Teresa Elias

Desmaiar com um beijo que dói tanto


Desmaiar com um beijo que dói tanto


Bom dia, ausência!
Por que será que essa angustia nunca chega!
Ás vezes, a saudade dói tanto
que dá até vontade de bater.


Mentira! É só presunção...
O que terá a dizer?
Inventará desculpas, talvez...
E trará mais chocolate, então?

Melhor ficar calado...
Fingir que a mágoa não importa nada.
Seguir conselhos de amigos,
Nem perguntar do atraso.

Ai, que abstinência!
Angústia da cama vazia...
Vontade de rebater este pranto
e desmaiar com um beijo que dói tanto.


De Magela e Carmem Teresa Elias

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Abstração do sal


Abstração do sal







Teus beijos trazem uma dor inserida...

Na intenção de outros beijos excedem ao amor,

Causando com versos outra ferida.



Sem explicar porque morrem depressa,

Tocando lábios com textura incerta,

Trazendo mil vontades; brisa encontrando a porta aberta...



E o tempo passando, tal qual, fera embravecida,

Quanto mais o coração vai pedindo calma é que se destranca a vida.

E pela falta de harmonia, carinhos se comprimem numa espera tão sofrida.



E teus lábios vêem morrendo a vontade na abstração do sal,

Fazendo que minha boca envelheça esperando sua chegada,

Sem tempo de entender porque te amar faz bem e mal.





De Magela e Carmem Teresa Elias (V.2)

Galhos podados











Vivo ao léu
Hôrto cheio de saudade!
Vontade do seu céu...
A esconder outra verdade.


O gosto do seu beijo
Ainda anda pela boca...
Mãos tremem na lembrança!
Não fosse o amor,diria que a dor ainda é tanta...


Mas, descalço olho para o chão...

Percebo que tudo na vida erra!
Ficando a esperança de que os galhos
Em nós podados, voltem a florescer.


Entre nós há mais do que palavras...
O amor é capaz de suportar o agridoce na terra!
Porque quem ama nunca esquece, e sabe:
Acabando o inverno será novamente primavera!




De Magela e Ana Bailune

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Meu amor por ti não pode ser menos...!


Meu amor por ti não pode ser menos


Falam teus olhos muitas verdades e desejos...
Vivas cores que saúdam feito uma rosa...!
Quase a esconder em sonhos o menor de seus anseios,
Esconderijo de verso, romance e prosa.

Guarda estes segredos, oh!Linda boca...
Na mesma ansiedade que tenho de fugir,
Sinto que todos os medos me seguem escondidos nestes caminhos...
E Ninguém notará qual emoção meu coração sufoca!

Sem as medidas que temperam todos os venenos...!
Sem a insensatez do mar...!
Meu amor por ti não pode ser menos.

Mesmo que a escuridão esconda sonhos, atravessando meus domínios!
Mesmo que a solidão seja do amor a ansiedade que nunca conforta...!
Olhos, boca e o teu sorriso parecem abrir em mim todas as portas...

De Magela

terça-feira, 26 de julho de 2011

Só quem ama consegue ouvir



Só quem ama consegue ouvir


A leveza do traço, ainda sem forma...
Nada revela.
Em uma tela a ser pintada,
Ou no pedaço de papel que eu rabisco.

Percebo que o espaço sem nada me perdoa,
Com a mesma intenção ele concebe a vida,
Quando o som de palavras ele me doa...
E minha alma se faz espremida.

Escrevo com os olhos fechados sonhando com a lua,
O que componho vai ficando mais bonito...
É no silêncio que um amor fica mais forte e com apego anula o grito!

É quando ouço no som deste silêncio o que está por vir...
Quando sinto que qualquer caminho é uma opção do amor...!
Fico de olhos fechados para ouvir o sussurro, que só quem ama consegue ouvir.


De Magela

Verso quebrado


Verso quebrado



Vou fechar-me num verso quebrado...!

Tirarei da análise um termo inventado.

Pegarei palavras finais de outro poema,

E direi bem alto que você é o tema.



Mesmo que para isso, precise entender seu lirismo.

Precise entender os detalhes que escondeu...

Da dor que fica sozinha morrendo

Na saudade que nasceu.



Conforta-me a brisa inquieta...

A que anda pelo mundo nas horas incertas

Dizendo que o amor é mais fecundo

Para quem deixa a porta aberta.



Mas teu amor vem aos poucos...

Por tudo se mantém guardado.

Fecha-se no entardecer morrendo...

Que meus versos ficam quebrados.



De Magela e Carmem Teresa Elias.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O amor quando chega parece inverno




O amor quando chega parece inverno


Que mais pode ser uma palavra,
Além de, uma breve Sensação?!
Quando tento falar, o que sinto é dor,
Esse alinhamento de duvidas e inquietação.

O amor quando chega parece inverno,
Traz no seu arrepio a voz presa em suspiro...
Não justifica em versos o que só existe no coração...!
Querendo tranqüilidade afazer alívio...

Incertezas...!
São tantas as vontades de viver,
E tantas vontades vivendo presas...!

Escura é a claridade do amor a tom de vela,
Querendo que a noite chegando depressa...
Trazendo na loucura dos sonhos impossíveis, alívio de primavera.

De Magela e Carmem Teresa Elias

terça-feira, 19 de julho de 2011

O tempo quer ouvir minha voz...


O tempo quer ouvir a minha voz...

Pediu para ouvir minha voz;
Refleti e cismei.
Será que não ouvia meu grito?
As batidas de meu coração...? Questionei...


Amor e atração acontecem tão repentinamente...
Que com medo preferia calar e ouvir só silêncio.
Talvez, seja a maneira mais dolorida e velada de sentir,
Quando ficamos sozinhos olhando o mar e a contar estrelas.


Mesmo assim, num esforço desumano, gritei!
Gritei mais de uma vez. Gritei duas, três e quatro vezes...
Sem ter na ousadia a verdade de quem gosta!

E agora o vento sopra baixinho...
Tocando meu rosto dizendo para esperar o luar...
Dizendo que por mais que eu não goste:
Só o tempo sabe a resposta!


De Magela e Carmem Teresa Elias.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A menina e a rosa


Quando escrevo


Sei que não sou pertinente quando escrevo...
Que guardo palavras em pequenos segredos,
Temendo que a felicidade possa ir depressa embora.
E o que escrevo não depende de beleza, por ser aquele instante mágico,
Em que a perfeição fala à clareza dos versos de outrora.


Sei.
Sei descrever sem qualquer léxico!
Sei de fato que, posso ser eu mesmo, se você fizer parte do conceito.
Sei que o amor não tem compromisso certo e vive sem nexo!
E que ninguém o entende direito...

Sei que quando acordo, sinto seu cheiro antecipando a manhã...!
Como um café quente exalando palavras a procura de encanto...!
Ensaiando o beijo com sabor dos lábios seus e,
Misturando coisas tolas, só para dizer o quanto te amo.

Sei que é assim que a minha vida faz sentido!!!
Completando em pensamento cada detalhe que antes havia esquecido...
Sei que não sou pertinente ao descobrir nos seus olhos e na luz que vem surgindo:
A beleza, o gosto e o gozo das flores que vão se abrindo...

De Carmem Teresa Elias e De Magela


(Imagem obtida no Google com o tema: a menina e a rosa)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Deturpação




Deturpação



A certeza das coisas boas convive com a natureza e os animais...
É o que permite aprender e compreender o mundo.
E mais a essência divina do ser...
Quando tudo anda aos anseios por ai.

Entendo as razoes do mar.
Entendo as razões da lua...
Das matas, dos desertos e das estrelas...
Mas, não entendo a formosura sua.

Essa matéria sorrida que dá curva ao relevo da terra,
Palavras africanas que soam bem, mas não dizem o que há na guerra.
Guerra ou benção divina sobre a relva?
Por que falar do meu amor da a sensação de respingos com o frescor da simplicidade...?

Não há explicação no universo para o marulho dos teus olhos encontrando os meus...
O que dizem ao silêncio em uma forma tão soberana!
É de tão perto que percebo que o brilho das estrelas é uma deturpação...
Quando intensamente se ama.



De Magela e Carmem Teresa Elias

Amor e poesias, absurda insensatez.


Amor e poesias, absurda insensatez.


Ela chegou bem pertinho...
Olhou bem dentro de meus olhos e foi dizendo:
A poesia é uma insensatez!
Fala do amor que não se vê.

Fala da tristeza que se têm,
Fala do que somos capazes de suportar...
Para definir no coração...
Tudo o que não se crê.

Ao ser abstrata a sensação mais concreta
Dá corpo às palavras que não queremos dizer:
Quando o amor tem sua música invisível,
E que os insensatos não podem saber.

Mas sua boca era tão macia...
Ficava mais infinita afirmando,
Que a insensatez é tudo!...
É tudo para quem está amando.

A insensatez é conjuntiva!
É trajetória humana de nexo e domínio sobre as coisas...
É parte da química, da física e da matemática
Explica até o caos!

Talvez, o amor e a poesia sejam o mais absurdo da insensatez...
Pois, se toda certeza fosse a esperada...!
O mar deveria apenas banhar detalhes de um corpo
E não afogá-lo, como faz seu amor: em águas!



De Magela e Carmem Teresa Elias

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Perto dos teus olhos eu estou em casa ( Perfil)





Em meu ser, lutam e convivem tantos outros estranhos perfis,
Que nem sei, se ao menos sabem de mim...
Ouço suas vozes e gritos.
No silêncio em desespero, desses corpos aflitos.


As perguntas são muitas,
Mas, temo não me responder...
Sou uma confluência de vozes
Que clamam por vida, na ausência de você.

Na forma da dor apertada...!
Nos sentimentos que só mim são visíveis...!
Na saudade, na solidão, no Flagelo...!
Na volúpia das figuras inumanas, descontroladas e sensíveis.


Não sei mais se é assim...!
Não sinto mais o gosto das coisas...
Não separo o medo intruso
Para que o amor vença!


Na fúria da aceitação, ou na mansidão da recusa,
Atiro palavras a ti, porque você é mar...
É o meu momento que vence o silencio da noite
Para recriar absurdos!

É o verdadeiro poema e eterno...
Que a vida resgata em poesia
Quando perco a coerência dos teus olhos
Sonhando alegria.

Em meu ser lutam perfis estranhos que não sabem de mim.
Soubessem, por-me-iam vestido sobre tuas águas.
Eu nunca perderia as palavras e os caminhos...
Porque, perto de teus olhos, estou em casa.

De Carmem Teresa Elias e De Magela

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tabuleiro de xadrez


Tabuleiro de xadrez

Na vida sou seu tabuleiro de xadrez:
Limites traçados para o amor em preto e branco
Entremeios de desejo e desprezo...

Jogo a saudade entre as torres de seus medos
Galope de sentimentos sem trégua para astúcia...
Tombando o rei, tomba a rainha, e não basta a escolha dos seus dedos.

Amor não se movimenta ao acaso!
Emoções deturpam-se neste espaço da vontade,
E quando a noite me vence toda negra: Chega a lua...
Seu convite é mais uma jogada de quem quer amar de verdade!

De Carmem Teresa Elias e De Magela

sábado, 4 de junho de 2011

Valdeava o tempo




Vadeava o tempo...
Durante alguns minutos aprendendo no silêncio alguma coisa
Que justificasse o clamor;
Por que será que o tempo não sente dor?

Silêncio!
Vida de sonhador.
Não estrague sua ilusão...
Não estrague seu amor!

Vida de inventor.
Para quem, insensato é o destino.
Para ele, tudo se ajeita na dor...
Tudo se explique com silêncio.

De Magela

terça-feira, 31 de maio de 2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Olhares singrados


Nossas palavras, de mãos dadas, trocam de coração
Olhares singrados na pele das lágrimas,
Na ausência sem textura...
E neste papel coberto de duvidas sem compreensão.

Sumida a essência vive sem nós.
Pausa na solidão, para quê o amor mostre seu defeito.
Sumindo na abstração...
Ele não morre direito.

Meu amor! Preciso da sua voz...
Preciso da sua alegria...
Preciso da sua poesia.

Entrelaçadas as mãos numa essência tão pura.
Você é corpo do meu sorriso
Meu verso...
Minha ternura.

De Magela e Carmem Teresa Elias

segunda-feira, 9 de maio de 2011

É a sua ausência...


É a sua ausência

É possível que nada seja normal!
Que historias de contos de fadas e monstros
Levem a uma verdade menos fatal,
Do que esta saudade real.

Para onde devo ir, se por mais que eu pense,
É num sonho seu que vive o pensamento?
Evitar, evitar...
Juro que tento não pensar!

Cada gota de chuva faz um som quando bate na superfície.
Cada amor deixa sua marca no coração...
A ponto de não se poder dizer que ele não existiu,
Ou que que não existe!

Seu sorriso tem um pouco de tudo:
Da alegria que no mundo sempre existe.
Do abandono...
Na minha falta de sono.

E mesmo assim, é a sua ausência que impede
Que a vida siga normal.
Que eu seja real...
E que eu fique triste.

De Magela

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Magnólias


Magnólias

De vez em quando...
Aplico gotas de perfumes às palavras.
Favoreço algumas, que já nascem coloridas...
Reforço essências em outras e, finalmente fixo idéias.

Magnólias combinam com o suor:
Traz a testa seu aroma de sensualidade;
Num cheiro agridoce tentador...
Exalam a promessa da verdade.

Com cheiro mais doce...
Como, quando se diz “te amo”,
Violeta branca no vaso enfeitada.
Aliam-se ao perfume de quem não precisa dizer nada!

Para você se distrair em suas viagens...
Juro, não invadirei o seu jardim!
Pois, o que é exuberante sempre floresce...
Palavras com um bom perfume, jamais se esquece!

De Magela e Carmem Teresa Elias

E mesmo assim...


E mesmo assim...

Coloquei amor...
Coisa assim.
Melhor que tudo isso,
Só amor se concebeu.

Confesso:
Não precisa o verso ter forma certa!
Ser histérico, meloso...
Tristeza deixando a porta aberta!

A poesia que sinto nunca estará contida.
Não dará animo a dominação!
Não fará com que melhor, eu me sinta, assim.

Dia passa a ser dia...
Não precisa de muito sol!
E doença nem sempre fere o coração!

Invertido tudo isso...
A língua que trago,
Me traga primeiro.

Com delicadeza saúda o mestre:
Descrevendo amor e dor.
O amor não tem mais tempo...
E a dor tem mais tempo que tem o amor!

E mesmo assim... Coloquei tudo de nós para que tivesse um fim.
Em nós a vida não tem “um fim”: recomeça com um dia sem sol,
O amor também... Melhor que tudo isso: Para mim é vida que meu amor contém!

De Magela

Contente liberto a fala



Contente liberto a fala


Na luz de seus olhos,
Versos perfeitos não existem!
Nem tão pouco na calma do mar...
E no sossego da boca.

O que existe é a leveza de um desejo...
Que ousa compreender...
Se não se completa na poesia essa vontade louca
Essa vontade que sinto de você.

Meu amor não se restringe a declarações...
E a poesia não se sacia com mais palavras.
Como corpos que ansiam por mais emoções,
Almejam esses olhos segredos de minha alma.

É na sutileza desse olhar...
Que liberto contente a fala.
E que, às vezes, no silêncio molhando lágrimas
É meu êxtase que a vida não cala.

De Magela e Carmem Teresa Elias

É o seu calor que sinto perto!



Esfacelado em Deus, outra vez te vejo...
Outra vez minha alma fica perdida!
Calorosamente se aninha no fulgor do seu corpo...
E inquieta, procura seu beijo.

Substancialmente na existência existe um vácuo
Que cheio da sua presença insiste em existir.
Um fio ligado a um amor enorme que chora...
Os sonhos que sonho por alguém lá fora.

Meu amor é uma verdade que o céu reflete!
Uma sombra que passa no momento em que sua luz brilha...
Água silenciosa querendo sair de mim,
Como a essência do perfume que perdeu sua trilha.

Mas, outra vez, a minha alma repassa inteira pelo universo,
Quando penso que sonhando...
Desejo ficar acordado.
E é o seu calor que sinto perto.

De Magela