terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pranto Negro


Pranto negro (Asterismo)

Era só uma maneira de pintar a casa:
cobrir com tinta a saudade que emanava sobre a parede.
A cada pincelada uma cor...!
De olhos negros e tristes eu lembrava.

Um dia, sem que se faça o sorriso nos olhos da alma aflita,
Esvai-se a luz, num instinto da dor, com a pincelada de tinta...!
Por compaixão, cobrindo a imagem com um céu sem as nuvens,
E os tetos brancos mantendo a solidão gritante.

O desconsolo mais precioso da verdade é o contraste!
Nada se iguala quando se compara os traumas entre dois mundos:
Dela a lembrança mais viva a me fazer chorar...
E ela a janela entre aberta que jamais me verá soluçar!

Tão intensos eram aqueles olhos, escuros e opacos
Que nunca esconderam o brilho do amor!
A solidão me faz ver estrelas em meu quarto sem apego,
Com o mesmo sorriso branco do meu pranto negro!


De Carmem Teresa Elias e De Magela