segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Eu não poderia...



Eu não poderia...

Resignar-se com o amor
Só por um simples impulso
De lhe querer; eu não poderia...

Abraçar tão somente o travesseiro,
Renunciando a vaidade que as mãos tocam.
Seria crueldade; eu não poderia...

Após, tantos sonhos sonhados do meu passado
Suprimir dele estas ilusões e resignar-se em viver
Um destino que não era o meu...
Eu não poderia.

Mesmo nesta confusão de sentidos
O que sinto alcança um tom mais alto
Quando a noite vem sem o vento.

Eu não poderia deixar de te amar...
Porque suspira sempre ofegante as contrariedades
Dos sentimentos que existem em mim
Que me fazem te amar assim; e isto é tudo que trago aqui dentro.

De Magela
(Livro VI - A bruxa da lua)

For ever


For ever

Uma catedral arrogante são os sentimentos
Que já nascem da abstinência,
Como se tudo...
Dependesse de decência

É como declarar a beleza
Por clemência.
Um uniforme geral no universo
De quem nunca entenderá esta eloqüência

Repreende-me a consciência:
Deixe que os outros amem!
Que exaltem as conseqüências
Com ares do amor também!

Mas respeitará o sonho.
Fará do beijo um rastro de valsas
Com fragrância das flores
Num verso se compondo

Deixará os que espreitam atrás das portas
Nas tardes tristes de dezembro.
Mas, não viverá convencido de amor...
Sonhando nesta janela sua

Nem o vento venta sempre!
Toda dor passa; o dia se escasseia, e a beleza nunca dura.
Ninguém pode amar eternamente;
Só aquele que possuir o coração da lua.

De Magela

(Livro VI - A bruxa da lua)

Três tardes


Três tardes


Há três tardes
Que atravesso o deserto
Da mortífera saudade.

Beco de miséria...
Desobedecem meus sentidos.
Espreita sem rosto minha ilusão
Como um girassol olhando o mar

Três dias longe de ti.
Minha lágrima corre fria neste entardecer...
Que o meu amor parece madrugada:
Consola a solidão com a frieza do orvalho

Parece fazer tanto tempo...
Ouço a noite me pedir:
Liberta esta vontade louca!
Liberta do beijo a boca!

De Magela


(Livro V - Metáfora)

Ninguém precisa entender



Ninguém precisa entender

Trégua em um só instante
Ninguém alimenta minhas
Ilusões quando apago
As luzes...

Ninguém presta atenção
Em nossos corpos,
E os nos ruídos...
Quando a vida põe meus olhos juntos dos seus

Se, o peito agoniza de amores...
Nada imita a felicidade sua.
Ninguém procurará a igualdade
Minha com a lua.

Que pela nitidez dos olhos dela
Inquietou-se toda forma de ilusão.
Quando nossos destinos foram escritos
Ocultou o que trazemos no coração

De Magela


(livro V - Metáfora)

Águas que às vezes choro







Águas que às vezes choro

Um suspiro.
Espumas misturando-se
Em círculos lentos...

É este meu horizonte
Sem os limites do amanhecer
Desamparados dos ventos

Realidade que sai da vida vazia
Escorrendo pelos cantos
Apressados pelo toque de água fria

A mão não se confunde
Sorve mistérios pelos poros
Onde nenhuma realidade alcançaria
A água que, às vezes, choro

Quando os agrados são sinceros
Submetem mãos, amor e a rotina que se fazia
Espumas formando-se num ventre livre
Encantos, que só em ti existia.

De Magela

(Livro V - Metáfora)

domingo, 28 de dezembro de 2008


Cheiro de jasmim

Para adivinhar o que sua
Boca vai pedir além do beijo preciso sonhar
É mais fácil fazer isso do que entender
O que seu olhar quer me dizer

Nos olhos o amor torna-se
Um brando sentido
Sonho de loucuras
Que só o travesseiro ouve o gemido

Rainha da beleza é a ilusão!
Confronta meu destino com o seu
Nunca explica o que aconteceu e
Suspira amor em mim

Na leveza do olhar
Sinto seu tudo
Vivo mudo
Sinto o cheiro de jasmim.

De Magela




Pangéia


Pangéia

Sentimentos são infinitos
E promovem reações em cadeias
Como colisões de meteoros
Gerando altas temperaturas

Tempo profundo.
Meu coração tentando devolver
A meia-noite perdida
Mas, sem você minha boca fica ferida.

Como nas emoções:
O importante é o novo sentido,
Pois, as coisas boas nunca duram.
Daí procurarmos em nós; reações e colisões

Separa-se o entendimento
De que nossa historia terminará assim
Corpos afastados e inconseqüentes
Pangéia: você longe de mim.

De Magela


(Livro V Metáfora)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mas sempre te amei (filme)


Mas sempre te amei

Trovador de sonho e verso...
Que vivo cansado
Muitas vezes disperso
Pela falta que sinto de ti.

Verdade que nem sei
Porque o que sei
Que mesmo sem lhe ver
Sempre te amarei

Vaga a mente
Como vaga uma alma apaixonada
Às vezes se perde num só luar
Luar sem o amor não é nada.

Por que vivo assim disperso? Não sei...
Se, vivo assim tão apaixonado...
Não sei também...
Se me iludo com essa flor? Não sei...

Sei apenas o que sei:
Nunca a vi...
Mas, sempre te amei.

De Magela


(livro V - Metáfora - 14/12/2007 - DL?)

O espanto da mulher




O espanto da mulher

O espanto da mulher
É o amor...
Porque a livra do silêncio
E revela sua dor

Com olhar bastardo
Revela seus gritos
Nem liga para bramidos
Brincando com o que tem dentro

Se o amor disser que a vida pára:
Ela pára!
Que nossa vontade ficará petrificada
E o nada durará instantes...

Sem respirar
O corpo em trégua ficará
Sem as ilusões de antes.
Mas a luz não se apagará

Se houver ruídos na janela dos corações sem trancas
Ele retirará essa medida
Reprovará o tempo que sempre passa
Tirará seus espaços e revelará o que o amor sempre revela:


a vida.

De Magela/mbb

( Livro VI - A bruxa da lua)

Medos e segredos



Medos e segredos

Nada nos deixa tão assim
Quanto nossos medos e segredos.
Por isso, temos tantos receios
Para viver.

Adormecidos e inocentes
Como se estivessem no mar
Nas tolas horas e tolos sabores
Nos tolos afazeres de sonhar

Há sempre olhos tristes
Iguais aos meus
Lábios pálidos e mãos pensativas
Num silencio tão antigo

A vida me deixou seus medos
Não sei se adormeço ou me fecho
Se sonho ou se erro... Só sei que:
Nada nos deixa tão solitário

quantos nossos segredos

De Magela - para Mara

(Livro V - Metáfora)

Sem nada vestido


Sem nada vestido

Através da janela do mar
Ouvem-se os ruídos dos temores
Daqueles que por ventura de alguma incerteza
Naufragaram sem os seus amores

Mas quando fito o seu olhar
Ouço os suspiros que o amor pode me dar
Mesmo aqueles escondidos, atrás das paredes fortificadas
Deste meu coração

Por isso, vivo contemplando seu crepúsculo
Navegando em busca desse impossível
Quantas vezes me desfaço do alvoroço
Que a solidão transforma numa ilusão?

Quantas vezes...
Estou só na lembrança de seus olhos que me comprazo?
Eu sei que para alguns o mar é enfadonho
Mas eu vivo sem nada vestido; somente deste sonho.

De Magela
(livro V Metáfora)

Catástrofes e eclípses



Catástrofes e eclípses

Com diligencia e insistência
Suplicava a todo instante
Que viessem terremotos
Catástrofes e até eclípses

Mais erros e anos bissextos
Movimentos no tempo
Para que com isto
Pudesse ver o meu amor

Com assedio inconcebível, pedia ao relógio
Marcar mais acelerado as horas
Duas horas a mais, para que a vida parecesse longa
E entediasse o tempo

Refugio de saudade é o meu coração
De que adianta as horas sem ti?
De que adianta tanta normalidade
Se o meu amor suplica ao seu silêncio?

De Magela

(Livro V - Metáfora)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008


Vivem a bailar

Estou triste aqui
Na beira deste rio...
Vejo minha existência correr
Como águas, como as ilusões...

Sinto latejar lá no fundo do peito
Uma vontade tão grande...
Que nunca deveria ser!
Que não deveria existir deste jeito

Um desejo.
Uma ordem!
Um sonho...
Um amor como o seu!

Mas, o rio corre apressado...
Só deixa recordações.
Tantas perguntas paradas no tempo...
Tantos “por quês”

Vivo agora para saber
Se todo amor morre e vai para o mar
(Se) Morrem! Por que em minha memória
Vivem a bailar?


De Magela/Patrícia Bueno

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Primeira vez

Primeira vez

Há um momento encolhido
Em que a poesia se parece
Com tudo o que vivemos
Em nosso verso sortido

Fogo de duas chamas
Fica dizendo no peito:
Morrer agora é proibido...
Preciso amar direito

Curiosidade de amor...
Que fica espremendo meu texto
Tantos sentimentos sepultados
Querendo ressuscitar no peito

Que culpa há num olhar?
Na vontade apressada?
Na mão curiosa...
Do beijo e desejo de nossa primeira vez?

De Magela


Livro VII - Metáfora

Usou um tom tão forte quando partia














Usou um tom tão forte

Quando fechou a porta.

Que meu coração assustado bateu.

Sem nenhum aviso...Nada que explicasse...

Que algo entre nós se perdiaque algo entre nós se perdeu.

Meu peito buscavaA explicação mais curta.

Imagem da aflição!

A aflição è para quem vive sem esperança.

quem procura as suas resposta numa ilusão

Mas, nada se explicava

O que realmente se via.

Aqueles olhos tão profundos...

Já não sorriam.Usou um tom tão forte pra dizer que partia...

Que em mim algo também morria.

Sozinho e perdido.Bateu forte o meu coração.

Nenhum aviso me deu.

Que tudo ficou sem cor.

Por fim, ela disse seu adeus.

Sem aviso, algo em nós se perdia...

Algo morria.

Como se perdia a lua na escuridão.

Ela partia.

Sem nenhum aviso... Doeu.

De Magela


Livro IV - Poesia para esquecer

Um suave suspiro



Um suave suspiro

Ouvi o ruído de rosas
Aabrindo-se neste amanhecer.
Um suave suspiro...
Instante de sossego...
Lembrei de você!

Sem esse sentido indomável!
Sem essa iminência de cor
Que surpreende...
Suspirei sem querer.

Doçura do sentimento.
Cortina abrindo-se em mais
Um amanhecer da minha vida.

Flutua a luz da lua num instante
No meu quarto...
Como uma linda luz tão silenciosa.
Sinto e não me afasto...

O amor fica sorrindo
Já não disfarçado
Amanheço
Sonhando no quarto

De Magela
Livro IV - Poesias para esquecer

O pior castigo é a solidão


O Pior castigo é a solidão

Cada ano avança mais a solidão
Pra dentro do meu coração.
Tento disfarçar...
Arrumar alternativas
Mas, é como andar mil léguas.
E sempre se achar sozinho.

Amante da caminhada que leva
Pra qualquer abraço sincero
Que seja meu.
Mas, mata-me este vazio.
Que me deixa cada vez perto do nada.

Quem não tem a pressa de ver chegar o dia?
Se, mesmos apressados, todos vivem em busca do amor?

Dilatei minha vista.
Tento libertar-me desta conquista
Ninguém precisa da solidão.
Falsa amiga que me tortura
Morte-cor da emoção.

Morurê-de-flor rouxa é o amor que escolhi.
Escolhi amar a lua, que me deixa na noite e na solidão.

Aqui quieto e parado
Passaria por moinho abandonado
Triste e sem direção.
Mas, cada amor tem o seu castigo...
O pior castigo é a solidão!

Livro IV -Poesias para esquecer

Nuvem que se desenha ao longe


Nuvem que se desenha ao longe

Nuvem que se desenha ao longe...
É meu pensamento, buscando...
Quem eu realmente amo.
Que, como uma linda nuvem,
Nunca se esconde.

Sendo tão suave e tão rara
Com a brisa da manhã vem pra dizer
Sou sua! Sou tão pura.

Busco-te, como busco a aurora...
Todos os dias que amanhecer
Sendo a vida tão cara
Mais um dia vai nascer

Surja o sol, Surja o dia.
Com seus raios me diluam
Minguando passem por mim
Que não me reste nem a sombra
De ser o que fui.

Serei nuvem pela várzea em delírio
Que a noite não dormiu.
Pássaro cansado que quer descer
Encontrando seus braços
Posso adormecer.

De Magela
Livro IV - Poesias para esquecer
Nem sempre as lágrimas são de dor.


Busco fugir de sua ausência,
Com isso, alimento-me da esperança.
Tola abstinência!
Pois, quando chegas, me encontra chorando,
Que passo por criança.

Sem nada perguntar...
Ouvindo seu coração...
Põe-se , também a chorar.
É o poder da sugestão.
Coisas tolas na frente da razão.

Sei que vem me buscando...
E, me encontra nessa incumbência.
Nesses caminhos difíceis...
Duvida incerteza e medo.
É que me encontro te amando.

Mas, o destino de cada um
Tem de ser cumprido.
Não importa suas lágrimas...
Nem seu gemido.

Agora, abraça-me!
Nem sempre as lágrimas servem para mostrar a dor.
Senti você chegando.Isto é, o que eu queria.
As lágrimas que choro, eu não escondo,
Porque são de alegria.

De Magela

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Encontre os lábios meus




Encontre os lábios teus

Desejo que o vento leve meus beijos...
São beijos encarnados.
Vivos.
Preparados com desejos
Para nunca serem esquecidos.

Beijos que não causam tumultos,
Nos bares...
Nas sacada...
Nas praças...
No altar.

Sentinelas, que são da arrogância discreta...
Que sinto em meu coração.

Beijos soltos durante a noite...
Que vagam a léu...
Como folhas de papel flutuando.
Tormenta de panfletos, riscando o céu.

Desejo que esteja acordada.
Que os beijos ensaiados nesta madrugada...
Sem as maldades dos conflitos que existem nos
Olhos seus...

Gritem numa voz demorada.
E, num súbito momento...
Encontre os lábios teus.

De Magela
(livro I Poesias para a lua)

E descansa morto de amor


E descansa morto de amor

Num único suspiro
Jurei que entenderia.
Que em um momento de mistério
Eu lhe amaria...

Não um amor que se ama com as mãos...
Mãos tremem quando o tempo passar
Sentimento sem toque!
Tão suave como um olhar.

Amar-te ia...
Num suspiro que sai de dentro.
Como as palavras da poesia
Que invadem meus pensamentos

Amar-te-ia com coragem
Das mãos impotentes.
Sol indo ao poente,
E descansa morto de amor.

De Magela
(Livro IV - Poesias para esquecer)

Corações sem roupas


Corações sem roupas

De repente, a saudade chega...
Com ela, tanta lembrança.
Emoções que não couberam naquele instante
Em que te amar não foi o bastante.

Emoções, que deixaram a esperança
De refazer nossos momentos dispersos
Instantes sinceros. Desnudar de verdades
Que só o tempo gravou...

Corações sem roupas...
Nossa própria vontade nos levou a isto
Realmente há uma saudade...
Momentos conscritos, momentos bonitos.

De repente a saudade chega...
Promete que vai passar
Sinto saudade de lhe ouvir falar
Mas, olho do meu lado; e você não esta.

De Magela

(Livro IV - Poesias para esquecer)

Um veneno tão suave



Um veneno tão suave.

Tenho medo,
De tudo que
Seja diferente
De mim.

Percorro seu
Corpo...
E não consigo
Explicá-lo.
Um medo assim...

Tenho medo
Porque entre nós
Não existem
Fronteiras

Medo de encontrar
Sua boca no caminho
De minha alma.

Você faz meu coração
Se perder em armadilhas
Tornando o amor um veneno tão suave.

De Magela
(livro IV - Poesias para esquecer)

Consequências


Não importam
As conseqüências!
Não posso fugir
Do seu amor.

Cada um cumpre
Seu papel,
Havendo ou não
Uma dor.

Fico do seu lado
Mesmo com seu abandono
Há sempre momentos doloridos
Quando se diz: “Te amo!”

Se no meu peito houvesse engano
Tudo teria sucumbido.
O amor pode ser verdade
Mas quem disse que faz sentido?

De Magela

Livro IV - Poesias para esquecer)

Começa do nada


Começa do nada

Qualquer amor,
Qualquer poesia apaixonada,
Qualquer realidade,
Começa do nada!

O amor começa assim...
Para sentir sua investida
Alegria, contentamento...
E, do nada começa uma vida.

Do nada também,
Encontra meu peito.
Reproduz no seu olhar
Tudo que não vivi direto.

É como um sonho!
Posso afirmar;
Toda poesia que tenho
Nasceu do seu olhar.


De Magela
(Livro I - Poesia para a lua)

Chuva pesada



Chuva Pesada

Chuva Pesada.
Trovões iluminando nosso céu...
Aguaceiro, que, quando em quando,
Misturavam-se as lágrimas de nossa existência.
Qual nada...

Indiferente a tudo;
Do pranto que ao meu rosto molhava;
À tempestade que poderia destruir nossas vidas...
Nem ligava!

A tempestade dentro da gente,
É mais forte do que a de fora.
E, nada consegue acalmar um coração aflito.
Que fazer nesta hora?

Revolta...
Inconformação!
Tantas vezes chovia assim...
Inúmeras vezes, que a vida me disse: não!

Precisava reagir.
Nem que fosse para me submeter.
Traidora; é a ilusão da juventude...
Se, nosso passado, simplesmente fosse um nada...
Poderíamos esquecer.

Esquecer eu não quero não!
Te, entreguei meu corpo.
Meus sentimentos...
Amei com a pureza que deve amar um coração!

Chuva pesada...
Trovões iluminando nosso céu!
Você jogou tudo fora!
Como se, nada entre nos existisse.
Fez de tudo uma mentira.
Indiferente... Nem a chuva sentiste.

De Magela 30/10/2007
Livro IV - Poesias pra esquecer

Café sozinho

Quando a tarde chega...
Que noto a mesa arrumada
Para um café ou um chá.
Sento a formosura das coisas arrumadas
E o calor do bolo de fubá...

Fumaça saindo do leite quente;
Indo para qualquer lugar...
Onde não sei.
Talvez, para onde vai essência da vida.
Não sei...

Sei que você não esta olhando a cadeira vazia.
Como é ruim ficar sem noticias suas!
Credo! Um arrepio percorre o corpo
Disfarço, pego a xícara do café, excedo no açúcar...
Olho para a rua...

Mesmo triste, entendo que tem que ser assim.
Estou amando você e você longe de mim...
Afastados, o açúcar não adoça.
A faca, o bolo, não corta.
Tudo parece que dói...
Sem nunca se explicar.

Mais uma vez, o que realmente sei
É que a tarde chegou...
Que arrumei nossa mesa...
Esperando-te deixei tudo por servir...
Nada achei no meu jeito,
Tanto que não consegui sorrir.

De Magela
( Livro III - Diário de uma mulher)

Apenas diga que me ama



Apenas diga que me ama

Dor de saudade
É demais para mim
Por que nela você esta.

Quer saber o que machuca meu coração?
É vela sorrindo
Pronta para sair
Sem ligar mais pra mim.

É ficar o tempo todo sozinho
Brincando com a ilusão
Escondendo-me de tudo
Esperando você brigar: chamar minha atenção

Murcham as flores sem água
Aumenta-se a dor sem o amor
Se não tiver palavras de carinho
Apenas diga que me ama; que tudo passa.

De Magela

(Livro I - Poesias para a lua)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Condenado neste infinito



Condenado neste infinito.

Enfraquecido.
Fico sozinho...
Um condenado a pagar
Pena no infinito...

Trancado nesta imensidão
É a solidão que me ensina
Que o amor é bonito.

De certo, é um desastre para meu coração!
Estrelas tão lindas no céu...
Posso tocar com minha mão...
Mas, como um poeta vivo a sonhar!
Sonhando com meus pés no chão.

Mesmo nas estrelas minha vida é escuridão...
Daquele amor inconseqüente que não me quis.
Condenou-me a esta sentença,
Não posso mais ser feliz!

A dor do meu amor revela a lua...
Amar assim eu não queria!
Condenado pra viver neste infinito,
Morrendo de saudade sua.

De Magela
(Livro IV - Poesias para esquecer)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Tem idéia de quanto te amo?


Tem idéia de quanto te amo?

Tem idéia de quanto te amo?
De como morro de amor...
E me pede para esquecer.

Felicidade fingida...
Amor incerto como a vida
Maus pensamentos...
Falta tanto pra amanhecer!

Tem idéia de quantas vezes
Acordo na noite, e
Procuro no céu?
Boca que se cala com o gosto do fel.

Seu amor enlouquecido me deixa...
Verdadeira aflição.
Arranco do próprio peito,
Este estúpido coração.

Olho com ansiedade a escuridão.
Desatinado: a claridade, busco então.
Mas, ainda não é dia não.

Mares adormecidos também
Devem existir. Amor é uma verdade incontida.
Burla-me a realidade, então eu clamo:
Lua! Tem idéia de quanto te amo?


De Magela

(Livro I - Poesias para a lua)

Nós o amor e a poesia.


Nós, o amor e a poesia.

Almas entrelaçadas,
Que alçam vôo da magia.
Ficando perdidas num mesmo espaço...
Nos, o amor e a poesia.

Neste universo tão intenso,
Tudo que é seu me contagia.
Só em você eu penso.Preciso justificar?
Nos, o amor e a poesia.

Por que fica tão visível esse fato?
Amor a que nos damos
Não precisa de abraços
Vive feliz a vida, enquanto amamos.

Amor em cada verso...
Almas entrelaçadas a cada dia...
Sonhos camuflados neste universo,
Nos, o amor e a poesia.

Se é a esperança,
Mãe do universo.
Que nosso idílio principia
Sejamos então perfeitos!
Nos, o amor e a poesia.

De Magela


(Livro I - Poesia para a lua)

Nem sempre as lágrimas são de dor.


Nem sempre as lágrimas são de dor.


Busco fugir de sua ausência,
Com isso, alimento-me da esperança.
Tola abstinência!
Pois, quando chegas, me encontra chorando,
Que passo por criança.

Sem nada perguntar...
Ouvindo seu coração...
Põe-se , também a chorar.
É o poder da sugestão.
Coisas tolas na frente da razão.

Sei que vem me buscando...
E, me encontra nessa incumbência.
Nesses caminhos difíceis...
Duvida incerteza e medo.
É que me encontro te amando.

Mas, o destino de cada um
Tem de ser cumprido.
Não importa suas lágrimas...
Nem seu gemido.

Agora, abraça-me!
Nem sempre as lágrimas servem para mostrar a dor.
Senti você chegando.Isto é, o que eu queria.
As lágrimas que choro, eu não escondo,
Porque são de alegria.

De Magela

(Livro IV Poesias para esquecer)

Nem isso eu faço direito!


Nem isso faço direito!

Completo palavras cruzadas...
Porque leio o resultado.
Parece tão complicado!
Nem isso faço direito...

Pego um livro velho
Digo que é lançamento.
Bagunço os sentidos
Tolice no pensamento.

Bebo cerveja da visita
Fico num escuro
Ligo o d.v.d.
Quero um filme que me assista

Telefone sem pretexto
Atrapalha dizer que quero
Não reparo direito.
Reconsidero. Nem isso faço direito

Bolso de casaco: meu diário...
Nada existe em vão
Sozinho sinto pudor
Calafrio na minha mão

Descalça minha pobreza
Aquela dor que não tem mais jeito!
Esforço-me para entender; preciso te esquecer...
Nem isso faço direito!

De Magela/Flaviana Bohrer


Livro II - Poesias em Preto e Branco

Lágrimas perfeitas


Lágrimas perfeitas

Lágrimas perfeitas
São as lagrimas da chuva...
Que não chora por ninguém!
São imperfeitas as minhas,
Mesmo que, eu nunca sonhasse...
Elas choram por alguém.

Como uma cortina
Arrogante na luz do amor
Lívido momento de meu entardecer
Lábios trêmulos canta com mágoa

Jorrasse água
Agitando a calma
Chorando...
Mancho comovido
O interior de minha alma.

Lagrimas foi o que ficou...
Nosso amor sempre será imperfeito
Porque, trás a aflição.

Para ti, as lágrimas são perfeitas...
É assim, que me faço um poeta extravagante.
Vestido com toda sua ausência...
Choro mais do que antes.

De Magela

Livro IV - Poesias para esquecer


Fiz o jogo do tempo.

Fiz o jogo do tempo...
Enchi meu peito de sentimentos bons.
Nem por um segundo pensei na dor.
Quem eu sou pra entender o amor?

Soltei-me no desejo,
Porque, realmente, não sabia...
Do amor que existia...
Mas, veja o que vejo!

Amor grande assim,
O tempo não transforma.
Nivela.
Esconde.
Não deixa morrer...
Se, não reclama.

Fiz o jogo do tempo...
Já tenho um alento, e nem há por onde;
Enchi meu coração de paz!
Porque, o meu amor o tempo não esconde.


De Magela

Livro IV - Poesias pra esquecer.

Motivo gato





Motivo gato

Desejo é a curiosidade
De saber por que nos
Elevamos a grandes alturas

Tal como um condor
Podemos alcançá-las
Mas quando ela nos chega
Precisamos de chão

No chão temos cinco motivos...
Os motivos dos gatos:
Mistério; coragem; sobrevivência; olhos que sentem e
Salto para um amor impossível

Qualidade de conhecimento
Para resgatar a sensatez
Do coração


De Magela




Livro IV Poesias para Esquecer

Folhas caídas







Folhas caídas

No jardim
O vento mudas
As folhas de lugar.

Vejo aquelas pequeninas
Folhas caídas rodopiando...
Um pensamento aparece.

Vai rodopiando meu peito
Num minuano de saudade
Que não posso alterar

Folhas caídas
Uma vida...
E não pude te amar.

Como pode um pequeno
Instante conter toda uma vida?
Como o amor pode rodopiar
Como as folhas caídas?


De Magela






Livro II - Poesias para esquecer)

Pecado


Pecado

Que pecado é o meu amor!
É ele que me leva na adversidade
Em meios a estes devaneios
A toda essa saudade.

Por conta disto,
Tenho desejos incontidos
Alucinados, tão incerto
Incoerentes como os pecados

Meu amor é o que não se toca.
Aquele que não se abraça
Que nunca se beija
Nem se maltrata

É uma excentricidade da dor
Que sempre fica em alerta
Não é certo nem errado
Um querer que a vida nunca completa

De Magela


(Livro IV - Poesias para esquecer)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ninguém te ama assim!




Ninguém te ama assim!

Você dormia tão suavemente
Que fiz uma viagem num sonho bom.
Fiquei nesta madrugada sonhando contigo.
Nestes sonhos que damos o tom.

Não sentiu, quando minhas mãos tocavam seu rosto?
Parecia tão real...
Não sentiu seu corpo sendo tocado com um beijo
Delicado e proposital?

Não sentiu seus lábios tocando os meus?
Notou meus olhos brilhando quando olhavam os seus?
Não sentiu o amor daquele momento?

Ah! Como te amei neste sonho...
Como fui feliz nesta alegria...
Ninguém neste mundo te ama assim!
E sorrindo você dormia...

De Magela/MBB.

Sua boca é um livro que não escrevi




Sua boca é um livro que não escrevi

É noite. Uma foto sobre a mesa.
Não quer falar comigo
Por que faria isso
Mesmo que sozinha ela esteja?

Já sabe do amor.
Já sabe que na noite
Há mais que um toque
Na escuridão

Aquele olhar ilumina tudo
A boca vai sorrindo
Como estrelas no céu
Flor se abrindo

Ela me ama?
O que importa...
Sua boca é como um livro que não escrevi
Falta sonho para escrever

Sonhar...
Beija-la mansinho...
Apertar o seu corpo...
Caminhar no seu caminho.

Mas cansado...
A foto vai sumindo
Saindo...
Vai indo...


De Magela
(Livro I – Poesia para a lua/eta4.)

Lábios roçando


Lábios roçando

Dia calorento!
Que sensação infinita...
Quase não agüento
Boca aflita

Barulho de lábios
Roçando meu pensar
Certezas de preocupações
Ruídos das emoções...

Jeito de tirar concentração e humildade
Que me fazia desejar ser o vento
Ser nativo dali
Ser um cantor

Um carrossel de felicidade...
Descer por seu corpo quente. Morar ali!
Só ocupado com palavras
E com a boca dela

De Magela

(Livro VIII – Amor, beijo e saudade).

Gosto de juventude


Gosto de juventude

Há coisas que carregam
Um gosto de juventude;
Como roubar seu beijo...
Passear na chuva, provocar lhe o desejo.

Ligar nas horas mais impróprias
Só pra lhe dizer: Estou morrendo de saudade!
É como roubar uma rosa beija-la...
E lhe dar com a maior felicidade.

Não noto seus espinhos.
Penso que aquela dor
É gosto da juventude
É o gosto do seu amor.

De Magela
(Livro VIII – Amor, beijo e saudade/Moleta).

Fugindo vôo


Fugindo vôo

Sem querer fitei seus olhos
O imaginável ultrapassei
Combinei ânsias, medo e tudo o que senti...
Juro que nem pensei.


Que assim todos sentiam!
Que é difícil explicar mudanças no coração...
Explicar coisas furtivas de amor...
E explicar a absurda emoção!

Parece espinho rompendo a carne.
Parece momento fugindo vôo.
Debilidade que o ser enaltece
Se a seus olhos os meus eu dôo.

De Magela 06/06/1983 - Barracão