segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sem nada vestido


Sem nada vestido

Através da janela do mar
Ouvem-se os ruídos dos temores
Daqueles que por ventura de alguma incerteza
Naufragaram sem os seus amores

Mas quando fito o seu olhar
Ouço os suspiros que o amor pode me dar
Mesmo aqueles escondidos, atrás das paredes fortificadas
Deste meu coração

Por isso, vivo contemplando seu crepúsculo
Navegando em busca desse impossível
Quantas vezes me desfaço do alvoroço
Que a solidão transforma numa ilusão?

Quantas vezes...
Estou só na lembrança de seus olhos que me comprazo?
Eu sei que para alguns o mar é enfadonho
Mas eu vivo sem nada vestido; somente deste sonho.

De Magela
(livro V Metáfora)