segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Amana
*
Não havia nada...
O que havia eram pedras,
Rios Grandes em meios a elas,
Nada mais.
*
Só comiam peixes...
Morreriam se não fosse assim
Não tinha outra coisa
No longínquo sem fim
*
Como eram muitos os peixes
Pularam alto descobrindo que no céu havia água
Pularam e fugiram para as nuvens
Foram para o céu, sem receio e sem mágoas
*
De lá de cima viam os homens chorando
E morrendo de fome...
Ficaram com muita pena,
Começaram a chorar pela tristeza que ia chegando
*
Suas lagrimas aumentaram as águas no céu
Que caíram em forma de chuva molhando pedras
Que se desmancharam em terra...
E plantas nasceram para dar comida aos homens
*
E sentindo saudade dos rios,
Começaram a pular de volta:
Os que caíram nos rios continuaram peixe,
Os que caíram fora: animais e pássaros.
*
Juraram os homens
Que só comeriam o necessário
Que só caçariam e tirariam as árvores
Para não morrem
*
Guardariam com respeito
Os rios, as matas, fontes e cachoeiras
E enquanto não matar a natureza, o homem
Ela não deixará que ele morra de fome.
*
Adaptação do texto A lenda da Chuva/jangadabrasil
*

De Magela e Aline Borba
(em Tupi Amanda ou Amana significa chuva, filha.)

Ando amando demais


Ando amando demais

Sinceramente...
Ando amando demais ultimamente
E diante da janela aberta
Toda escuridão é luz

Teus olhos negros são a noite...
Tua boca de longe faz as investidas
A fuga do corpo deveria trocar cores com o céu
E lágrimas ficam perdidas

Deveríamos trocar de lugar
Refazendo certos momentos
Misturando a primavera
Das tentações

Fazer com que no fundo
Seja a noite apenas mais uma desculpa
De um verso sozinho...
Que cismando, acordado fica pedindo o teu carinho.

Magela e Elias



"Sonhei
*
Sonhei que os rios nasciam
Do amor em teu corpo
Do qual vertiam nascentes e fontes
Saciáveis, inocentes..."


Magela e Elias, Sonhei, in Bigumea 2015)