quinta-feira, 18 de abril de 2013




Açúcar com sal


Para não te esquecer,

Para não deixar o tempo vencer

E não aceitar que mudei;

Misturei açúcar com sal.


Concebi a ideia de forma doce e sensível,

Juntando duas realidades sem sentir amargura.

É como identificar sentimentos em versos:

Mente e coração tomados por emoção!


Misturei açúcar e sal

Com a mesma facilidade que misturamos estrelas e planetas no céu...

Nossos olhares parecem tão iguais,

Já não se distingue hoje a saudade do que existia.


Meu coração possui mistérios assim: que ao amor não faz nenhum mal...

Que  não mais distinguo teus desertos e  praias e,

Quanto mais reuno palavras na eternidade desses brilhos...

É por saudade que misturo acuçar e sal.


De Magela/Carmem Teresa Elias







Palavras se aproximando


"Palavras" se aproximando...
Pode advir de uma mágoa
Da memória e pela falta de mais tempo.
Ou, simplesmente alguém está pensando.

Maquiavélico é um coração sem cor!
Pois trata tudo como manipulação,
Inclusive a paixão...
E o amor!

Diz afina, que palavra ainda esta faltando?!
E o desencanto que sem pestanejar
Abre espaço no teu peito para m ais um pranto?
É o lembrar?

“M” o que será...?
Magoa memória, maquiavélico, manipulação?!
Mais tempo?
Amor, quando fica sem inspiração?

De Magela/Carmem Elias




Carmem Camões


 Uma cadeira estará vazia...

 Ah! Como queria mesmo invisível

 Estar nela te olhando...

 Ouvir o quê ele tem a dizer, sem olhos vigiando.



 Qualquer imagem seria desnecessária ao contexto,

 Coincidência no estado de espírito atual: ausente, talvez.

 Ficar invisível em Camões deve ser o preço que paguei,

 Porque o manto da invisibilidade, dele emprestei.



 Ônibus, na estrada alta...

 Subindo as serras amigas.

 Sento no banco mais novo da Praça da Liberdade,

 Onde seria tão bom estar com você.



 Mas, a cadeira estará vazia...

 Pela discrição de certas emoções,

 Vai ao público erudito, através de versos aflitos,

 Expor com liberdade; Carmem Camões.



 De Magela
(Parabéns! Professora.)






Solidão: poesia pelo corpo

Num quarto qualquer
Do meu coração...
Envolto em penumbra:
Vi a solidão.

Magnífica mulher!
Disse que me amava.
Amava tanto... Que sentia
Tudo o que eu sentia.

Olhou-me, revelando no movimento
De seus lábios um desejo
Querendo ficar comigo...
Fosse onde for.

Me aceite! Farei o que de melhor eu faço,
A solidão dizia.
Entrego-me aos teus sonhos...
Perco-me no teu abraço.

Farei poesia pelo seu corpo
Arrancarei lá do fundo os sentimentos.
Beijarei sua boca com vontade louca,
Com inspiração escondo o desgosto.

Foi assim que casei com ela então,
Maravilhosa sedutora, que encurrala sem saber
Na vida vivemos iludidos em busca de paz
Fazendo o que a solidão dizia: poesias para esquecer.

De Magela


quinta-feira, 11 de abril de 2013





Afetado

Embora...
Fosse descobrir no peito uma verdade tão valiosa
Como um tesouro, não quis ver direito,
Desconsiderei esse ouro.

Economizei sentimento e não disse a ninguém o que sentia.
Tempo e paciência são necessários para amar; disso eu sabia.
Por mais que apertasse a sensação, o sentimento relacionava a forma que ela olhava...
De, como eu a queria, não era só emoção.

Pois, o som do amor é sentido,
É ouvido. Belo e feio vão à alma
E não podem ser visto pelo olhar.
Sem duvida, meus sentidos foram afetados,
Nascendo assim, essa louca vontade de amar.

Amar tanto, que me tornei parte das serras que havia ali!
Amor intenso e bem guardado,
Como toda memória que se dissolvia
Na fresca brisa de Barueri.

Da flor alaranjada que só nasce daquele lado,
Que na minha lembrança fica como um açoite...!
Que fica em mim escondida, que se apaga comigo, nas sombras púrpuras,
Quando me cai à noite!

Serena flor ficou em seu lugar...
Não me permiti revelar o segredo.
Trazê-la comigo, amá-la pela eternidade,
Com um forte abraço, tirá-la de lá!

Agora, que o vento corta a tarde...
Descubro que, em meu peito,
Esse amor...
Ainda arde.

E, se o silêncio falasse...!
E a saudade respondesse, talvez...!
Meus olhos não chorassem.
E o coração não sofresse, por estar longe de minha flor.

Choram por que,
Eu não amei direito.
Afetado, mas inseguro...
Escondi esse amor dentro do peito.

De Magela 

(PPL/4e.)






Versos, palavras e brincadeiras

Verso e palavra pode parecer brincadeira...
Quem saberia dizer, se não é mais uma maneira
De recombinar um amor imperfeito,
Assim como eu e você?

Não brinco com a dor e com o amor.
Não brinco mais com a poesia...
Comungo tudo sem distanciamento
Até ver sua saudade transformar-se em alegria.

Falo da ilusão de ter sempre presente...
 O aquele desejo de respirar na sua voz!
Inserindo no coração versos, palavras, brincadeiras
Que fazemos a sós.

Na certeza de que não haja mentiras.
Na certeza de formar com carinho uma canção!
Na certeza de não estar sozinho...
Trocando palavras com a solidão!

De Magela/Carmem Teresa Elias








Rivotril número dois

Remédio diurno são esses olhos...
A alegria mais presente, por mais sério que sejam os problemas,
Desse gênio infernal que me trazem o choro e desespero,
São mais dois anos e, nem pude ir!

Soa tão simples a alma ofendida...
Parece tão fácil cutucar a feridas dos outros e partir!
Assim como, parece fácil dizer da minha saudade...
Que queria ter coragem de ir lá fora e gritar de verdade!

Saudade...
Meu remédio noturno
Que Faz lembrar amarguras que já passei na vida,
E, me levando-anoitecendo, aonde não quero ir.

Nem aos sonhos  me apego mais!
Sonho com a tal luzinha findando um túnel...
Repetindo a tristeza cinzenta de todos os infortúnios
Mas acordo fitando teus olhos, e volto para trás!

De Magela






Os dela...

Cor de caramelo em repouso,
Combinava com a de seus olhos...
O olhar de certas mulheres,
Parece um ritual para dizer sim ou não.

Maneira de menina, talvez.
Indícios de certos temores no julgamento...
E, às vezes, ritual das mulheres inteligentes.
Que endeusam momentos felizes...

Com a mesma angustia astral
Que fazem dos sonhos comprometimentos.
Os delas pareciam pedir desculpas,
Ao tempo que encontravam milagres.

Murundu de guarda-roupa...
Fervor para esquecer.
Precisei fugir e mergulhar em outra ilusão,
Pelas decepções, não se espera não!

Quando se foge para escrever é fácil,
Ficar sufocado pelo perfume ardente dos jasmins.
Não levar a sério aquele olhar que combinava com a cor
De caramelo e dos temores que nascem assim.

De Magela
 (PPL)






Celestial

Há um lugar em mim
Que só consigo descrever assim:
Região de vulcões e cordilheira,
Das montanhas, a verdade inteira.

Extensa manifestação dos ventos frios,
E ao mesmo tempo; silenciosamente cintilante...!
Árida. Fonte das mais puras ilusões:
Água é vida em alguns corações.

Há se pudesse te mostrar,
Como os homens são deuses!
Que é em seu coração que existe
A terra mais celestial e silenciosa.

No enfeite do dia, na dança de um rito qualquer.
No canto e na marcha de guerra.
Neste lugar tão intempérie e sereno foi que
Plantei uma rosa.

De Magela/Carmem Teresa Elias







Explodindo palavras

O amor constata a sua real existência,
Simplesmente por existir assim.
Não requer a obediência dos gestos, palavras,
E em seu fim.

É simplesmente saber que palavras
Não são mais necessárias:
Beijo à boca sem qualquer tom.
O que realmente importa é a realidade em que existe o som!

Palavras são como um sonho da ideia
E do sentimento.
Um embrião no universo do viver,
Para que não haja o esquecimento...!

Não preciso de palavras para dizer
Que meu amor esta chegando ou partindo!
Não preciso mostras que, de palavras em palavras,
Eu vivo explodindo...

Não preciso de palavras para dizer que te amo
Sonhando ou mentindo.
Desobediente!
Vivo explodindo.

De Magela/Carmem Teresa Elias









“Maquillage”

Aliada a beleza ou à falta dela,
Maquiagem tem segredos.
Forma qualquer para valorizar
Algo que precisa ser intensificado...

Diminuído.
Sombreado ou colorido...
Equilibrado e amenizado,
Ou, simplesmente escondido.

Forma fácil de procurar adotar a beleza,
Usando com liberdade as tonalidades dos neutros,
Os brilhos na noite escura...
E as cores intensas.

O “make moderno” dos olhos juntos!
Dos olhos separados...
Estupefatos...
Dos olhos caídos.

Qualquer que seja a concepção:
Maquiagem fiscal, contábil, política e amorosa.
É um disfarce!
Situação negativa mascarada para amenizar o embate.

Para o amor... Embelezamento.
Para a catástrofe o fingimento:
Disfarçar a imagem do acontecimento.
Para nós o esquecimento...                  

De Magela/Carmem Teresa Elias                             




É da tua falta que nasce algo sutil

Quem tem tudo, não vaga.
Porque é da falta que nasce algo tão sutil
Que a percepção demora a entender,
No sentido de razão.

Sutil para ser percebido no coração,
E no tempo que não volta jamais!
O doce e o amargo, La ficam em segredo,
Que para a vida ter essa simplicidade, é demais!

Falo de mim.
Falo do que posso intuir de você...
Falo de quando fico perdido
Sem essa sutileza de entender.

O que tanto procura e o que te falta?
Que percepção de meu amor traz esse leve incomodo?
Poema pela praia... É como te vejo:
Sem querer; sem perceber; desejo que mata!

De Magela/Elias










A voz ficou calada

Perdi-me no tempo.
Perdi o “gostei daquilo”!
Perdi a desculpa
Que me deixaria tranquilo.

Ah! Se pudesse dizer, poxa...!
Mas teu vírus passou por aqui
Que vou dar um tempo!
Me perdi.

Pede-se a explicação...
Justo no momento que acreditei que estava feliz.
Quem bate esquece...
A dor que nunca condiz.

Agora o coração está furado,
Cheio de sinônimos: sentimentos, palavras e antônimos.
E não posso fazer mais nada!
Na poesia me perdi... A voz ficou calada...

De Magela/Elias