segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

É o que mais me conforta!


É o que mais me conforta!


Ás vezes, parece que não vou mais conseguir te ver.
Dá uma dor, uma vontade apertada em meio do nada...
Uma angustia.
Tento pensar em qualquer coisa para aliviar.

Às vezes, fico em silêncio...
Estando assim consigo ouvir o coração.
Na falta de socorro para um sentimento tão louco
É o desespero anula todas as palavras!

Às vezes, quero ir bem longe e sozinho...
Mas algo na alma não deixa!
Só faz pensar em você mesmo que para isso,
Eu venha me encher de defeitos...

Você é o veneno que para mim vira remédio.
E sempre quando estou assim, parecendo que fechei todas as portas...
É a lembrança do seu sorriso...
O que mais me conforta!

De Magela

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Há caminhos que só o amor responde...



Há caminhos que só o amor responde...

Das geleiras às primeiras corredeiras,
um pequeno rio faz julgo ao seu corpo.
Onde a pele da terra só pode ser escondida pelo leito das águas,
lá naquele pequeno mundo, o primeiro momento de um amor aflora.


Na natureza e no coração do homem
a diferença será sempre a intenção.
Pois, é da neve que se solta
o desejo mais ardente do verão.

E da noite em que se toca a transparência mais aquosa que se investem as mãos,
envolve-se a montanha... A seguir a explosão!
Serpenteiam os desfiladeiros enquanto aos beijos, os vales pecam o pecado dos céus...
É que há em tudo uma contradição: que afeta longe...

Qual nuvens altas sob os pés o curso do rio chega ao fim.
Dá-se a montanha por vencida! Mas um desejo leva a outro... e outro....
e, ao longe, uma enseada indaga um rio: Onde estão as águas que ao mar completam, mas também não bastam?

Há coisas que são tão próximas que se pode tocar.
Outras são possíveis, mas há que se valer de grande esforço
Há caminhos que só o amor responde, com a humildade de nunca questionar
as águas das chuvas, dos rios, dos mares e do seu olhar...

Carmem Teresa Elias e De Magela

Simplicidade para dizer que te amo


Simplicidade para dizer que te amo

Contentaria-me com o gesto mais simples do amor:
Aquele que possa dizer que se ama...
Aquele, cujo brilho fraco e terno da tarde
Aquietasse teus olhos, e o mar.

Mas dependo tanto das palavras...
Palavras, são cheia de defeitos: não conseguem tudo dizer...
O que fazer com um coração sonhador
Que vive buscando mais sentidos para esse amor?

Amar agora é uma metáfora sentida...
Sol e tarde. Personagem e sentimento.
O existir que depende das cores do pensamento...

Sozinha a tarde não basta!
E por saber que é preciso simplicidade para dizer que te amo...
O tempo não passa!...


De Magela e Carmem Teresa Elias

O teu desejo leva a outro e outro...


O teu desejo leva a outro e outro...

“Sete necessidades são básicas!”
Disse o filosofo.
Mas não explicou, por que um desejo leva a outro...
Por que te desmereço num olhar imemorável.

Animas e animus...
Segredo do meu gosto!
Tudo o que quero trago claro no rosto
Mas tenho medo de dar-te o desgosto.

Preciso do teu café...
Se ele for a explicação do que vejo
Deve haver naturalidade, num sorrir de verdade
E não no doce do teu beijo!

Brinda com ele a fé que há no inverno...
Por que o desejo do teu doce leva a outro, e outro, e outro?
Que posso gozar no teu céu...
E conhecer o teu inferno.

De Magela e Carmem T. Elias

O tempo só não passa na fotografia


O tempo só não passa na fotografia

Anotações escondidas num diário na gaveta;
Uma foto na espera silenciosa de que algo aconteça.
Dar algumas voltas é método do destino...
Quem sabe se algumas verdades ele não solta?

Olhando aquelas coisas, ali bem guardadas, lembrei de minha prisão,
Da perfídia das boas intenções que vira o amor, roubando palavras
Para esconder os fantasmas que a alma gospe...!
E sem dar maiores resignações...

Com a mesma sensação de quando se inspeciona o silêncio!
Percorrendo a saudade, como se ela fosse um simples diário!
Tendo entre as mãos do desespero, do tempo que só não passa na fotografia...!
E como pessoa não autorizada, a alma não se deixa penetrar por essa ousadia.

Meu amor não é vitoriano e dos bons modos!
Nunca buscou forma e confrontação...
Não soube de veneno; lábio embevecido!
Não ficou no passado, como um amor esquecido.

De Magela

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Como se as luzes de nossos corpos tivessem um único lume.


Como se as luzes de nossos corpos tivessem um único lume



Sou dessas raras pessoas
Que sente-se feliz por muito pouco...
Algo quase louco, ou pela música não cantada.
Pelas águas calmas de uma aventura, que apenas foi sonhada...


É que por meus dias cabem os berçários de muitos desejos.
Tartarugas em praias a espera das auroras claras.
Do acordar do sonho quando fica bom...
De se chegar a perfeição apenas com teus beijos!

A vida mais rara se contentaria assim...
Quando chega feito um clarão!
Precipitando a leveza das cores no coração,
E acrescentando beleza na praia.

Sinto que o caminho se faz, entre o chão, água e ar.
Sem nada tocar, talvez até levitar...
Sigo sem nome, idade ou lugar:
E da percepção uma consciência infinita apenas a dizer:

É com a alma das coisas belas que se pode amar!
Falar do amor com as ondas em noite de luar!
Viver momentos assim, em que coisa tão simples nos une,
Como se as luzes de nossos corpos tivessem um único lume!


Carmem Teresa Elias e De Magela
(Formol)