segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A saudade é uma criança


A saudade é uma criança

Assamos o pernil.
Gelamos o champagne e postamos a mesa,
Como se fosse uma oração...
Poesia de Natal, talvez, mas foi que Deus serviu.

Adulei as crianças!
Sorri mais do que devia...!
Corri pelos cômodos da casa...
A procura de mais ternura e emoção.

Tive em mim mais um pecado: a ansiedade
Por ver aqueles rostos se alegrarem mais uma vez!
Por ver os mais velhos soltarem suas lágrimas,
Como se estivessem alimentando-se de perdão.

E por dentro, a cada laço que destrançava dos presentes...
Abraçava-te em cada um deles. Na boca o gosto do creme de avelã e panetone
Misturado ao peru assado, servido com frutas em caldas...
Para adoçar uma imensa saudade.

O olhar perdido junto a arvore de Natal, para lembrar-te dizendo:
Não haverá caixa fechada que um sorriso não abra.
E, depois de aberto, uma voz de longe vir respondendo:
A saudade ainda é criança e com presente se encanta!

De Magela e Carmem Teresa Elias