quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Maré baixa (Livro II - Poesias em preto e branco)


Maré baixa

Sinto que estou perdido
No meio do nada
Vejo buquês de anêmonas
Ondulando sem parar

Conchas retorcidas
Escondendo caranguejos
Estrelas disfarçadas de imóveis
Na correnteza deste mar

Vida absorta é essa da gente
Vago por estas águas...
Sensação estranha
Fica gravada na mente

Tanta vida em volta
Estrondo de vozes, mas não vejo ninguém!
Fome, medo, ás vezes até dor...
E, nada se parece comigo também

Nada me entende
A poesia dela me deixa aqui
Completamente perdido
O que será que há de vir?

Maré baixa
Há uma floresta no meu mar
Realmente nunca faz sentido
Ter lugar e hora para amar

Nós...
Amor sem caminho
Mesmo sem o chão
Sinto seu carinho

De Magela