sábado, 27 de junho de 2009

Turmalina


Turmalina

Vi um rastro
De valsas
Sair das estrelas.

Avisou-me para
Tão somente
Sentir.

E, que este ensaio...
Claramente,
Só eu poderia ouvir.

Música de poeta
Em festa.
Remédio da minha alma.
Amada minha,
Que nunca esqueci.

Melodia de verdade na minha estrada.
Penumbra de amanhecer...
Inspiração de madrugada.

Convertido de amor
Estou melancólico
Vencido pela saudade
Estou turmalina.

De Magela

Tudo eu recomporia!


Ah! Se com versos pudesse dizer
A dor que sinto nesta hora.
Explicar que, às vezes, à toa
A poesia também chora.

Se, em uma dessas conversas
Que faço sozinho, pudesse escrever
Com brilho intenso da inspiração, e com isto,
Afastasse a tristeza que sinto agora.

Tudo eu recomporia!
A luz perdida das manhãs...
As flores e o perfume que você deixou...
O esplendor que tem o dia.

Recomporia o brilho que tens no olhar!
Seria minha única vidraça.
Mas, a dor do amor sempre é infinita...
O tempo se esvai, mas ela não passa.

De Magela

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Se seu amor tivesse havido


Se seu amor tivesse havido


Enfraquece-me o acerto...
Este tolo desconhecido meu:
O tempo.

Que campanha faz lembrar o fluxo
Do meu passado a permitir,
Mais esta secreta lembrança?

Se nada sou do que um amante do amor...
De sorte; contorna este desconhecido
Fazendo-me tão triste e sem vontade
Que a vida e a poesia se enchem de cor.

Fico a beira do escombro, que seu amor deixa...
Sem suavizar as linhas desta maldade.
Vê-se que isto dispara o discordante do sentido
Predomínio exclusivo no meu coração!

Se, seu amor tivesse havido!
Se, entendesse o que é amar de verdade...
Mas este desconhecido enfraquece-me:
É o tempo da saudade.

De Magela/MBB.

Velho é o tempo



Velho é o tempo;
Mas é sábio.
Dá respostas às duvidas
Que batem em nossas portas.

É senhor absoluto de verdades e mentiras.
Sem aniquilá-las...
Separa-as com firmeza e,
Por ordem de grandeza.

Não é de hoje que sinto o que sinto por você.
Sentimento enraizado...
Sinto tanto! Que não tenho a sabedoria que o tempo tem.
Mas é real também.

O que for real em nossa vida
Não deve ser desprezado.
Nem tão pouco deve ficar como um segredo;
Guardado.

Com sabedoria e paciência o tempo reconforta.
Nem tudo deve acontecer agora, ele diz.
O desejo de amar nos leva para dentro,
Mas só o amor nos mostra a porta.

De Magela.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Primavera querida


Primavera Querida


Ah! Esse balé de cores
que perfuma alma e corações
que encanta a vida
de novas emoções...
Querida Primavera!

Ah! Essas flores são aquelas
que na vida juntaram-se por ela
Nos sorrisos, cravos e beijos
que exalam da primavera.

E até os sonhos vão se florindo
Lírios os campos, vestindo
o sol sorridente e fuleiro
nas pétalas reluzindo.

Ah! Esse momento inteiro
Que o coração fica encantado
Viceja ser o primeiro
Do amor engalanado.

Esse encanto divino
Flores que parecem cantarolar
Faz do homem um menino
E a mulher, uma fada a sonhar.

Enaltece, as flores a vida,
Nos corações nobre canteiro...
Liberta Primavera querida,
Tudo que for verdadeiro.

De Magela/Sirlei Passolongo

E tudo mais...


Mandei uma imagem para você...
De um casal, calorosamente se abraçando.
Queria que lembrasse de nós...
Mas, acho que nem ligou.

Não atendeu ao telefone...
Nem respondeu as mensagens...
Fiquei te esperando...
Sem poder dizer nada!

Dia dos namorados parecendo miragem.
Teve até neblina... vampiros e tudo mais!
Nada de emocionante...
Quando os momentos são iguais.

Um dia depois, recebi um envelope especial.
Ai! Senti-me tão mal...
Pelo que pensei e tudo mais!
Não me passou pela cabeça, que seu amor seria capaz...

Agora estou impedido de dizer qualquer coisa que seja.
Nada importa mais!
Estou contente de te ver chegar e poder lhe apertar...
Então não fale nada! Cale a boca e me beija.

De Magela

terça-feira, 16 de junho de 2009

Crepúsculo



Crepúsculo


Lembra aquela flor do nosso jardim?
Uma lilás, que some de vez em quando...?
Com folhas bem verdes e cumpridas...
E toda força nelas contidas.

Aquelas...
Que são facilmente devoradas por insetos.
Momentos alucinados que devoram tudo na vida.
Tudo! Menos a raiz.
A alma não tem corpo; é o que a sabedoria diz.

Misteriosamente, quando voltam às chuvas...
Mesmo sem corpo ela renasce.
Renasce pronta para o que tiver que acontecer.
Em sua espera, há mais de um sentido para viver.

Lembra-se?
Pois bem; assim são os sentimentos quando se ama de verdade.
Não desaparecem em qualquer situação!
Não são levados como areia na praia!
Ficam expostos ou caídos no chão.

Não reclamam do frio...
Não confrontam a solidão.
Entregam-se a uma morte certa, porque ainda resta a raiz...
E nela tudo fica guardado.

Fica na espera do crepúsculo!
Na espera de suas chuvas...
Sem entender o que você não fez.
Na primavera, o amor sempre nasce de novo.
Mais de uma vez! Mais uma vez...

De Magela

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Novamente...


Novamente...
É a chuva quem toma seu corpo antes de mim.
Percorre seus contornos...
Na mesma rapidez de um sim.

Agrava o desconsolo...
Enterra a saudade, desta longa espera
E não deixa serenar,
Colocando meu peito em guerra.

Com águas se intervém na conversa dos meus olhos...
Insuportavelmente, lavam janelas empoeiradas pelo tempo.
Propositalmente, deixam-nos despidos...
Circunstancialmente, verte este gosto de desalento.

E depois do desastre...
Não correm apressadas, como águas de um rio!
Não proclamam a leveza do silêncio!
O amor, muitas vezes, pode ser frio.

Pode ser enfadonho, oculto e chuvoso.
Nas velas da coincidência parecer mais um pensamento...
Como de um juramento caprichoso
Que se faz com o tempo.

Vou suportar a saudade
Quando a boca desfilar toda sua ansiedade!
Suportarei, quando a chuva vier, insistir e cair.
Porque, mesmo assim, vou te amar de verdade.

De Magela

domingo, 14 de junho de 2009

Sem comercial


Sem comercial.

Sem você eu sinto frio,
Que meu relógio quer parar de bater.
A lágrima quer entrar em ebulição.
Nem faz comercial...
Que já fica na contramão.

Preciso de você comigo!
Está tudo em convulsão.
Exagera o coração feito pipoca.
Não faz isso comigo não!

Mas, eu sei...
Quem determina a temperatura de meu corpo
É o seu coração.
Quero-te comigo, essa é a questão.

Frio...
Relógio quer parar de bater...
Estou em convulsão! Sem comercial!
Estou mal! Preciso de você!

De Magela

Tem que ser assim


Tem que ser assim

Sol de todos os dias,
Olha minhas flores!
Natureza desenha enganos,
Como vida de amores.

Fecho a porta...
Fecho o pensamento.
Cismando comigo,
Triste me invento.

Meu quarto do nada...
É lá que te encontro.
Mundo de cores...
Flor assustada.

Não liga para mim!
Então olho as flores...
Tem que ser assim!
Para esquecer nossas dores.


De Magela 08/11/2007.

Medo amor


Medo Amor.

Ninguém me habita tão perto,
Quanto esse instante suspenso...
Presente...
E, deserto.

Que anda pela casa.
Pelos fios de telefones
Atento...
Entre os corredores.

Alerta ao menor alarme
Luzes na noite
Sirenes...
Desastre, violências, rumores.

Todo esse medo espalhado.
Generalizado...
Noticia... policia
Horror solto nas ruas

Amigos, parentes.
Medo da cidade.
Medo de tudo.
Medo de todas as gentes.

Medo de pensar...
Pensar em tudo o que penso.
De não dizer o que não digo.
Do que pode acontecer...
Do que fizeram comigo.

(Me afastaram de você).

De Magela 14/02/07

Esposas ou mariposas?


Esposas ou mariposas?

Perturbação!
Coisa que vive pra me matar
Problema de encaixe no coração.

A atração é confundida
Com identificação,
Isso engana muito.

A gente se casa,
Diz que ama...
De repente;
Não é isso não.

Confusão!
Borboletas ou mariposas...
Atração confundida.
Borboletas ou esposas?

Borboletas ao dia...
A noite são mariposas.
Esposas da noite
Sem alegria.


De Magela®

Vou esperar a gaivota voltar


Vou esperar a gaivota chegar

Estou no mar...
Vejo passar por mim
Luz de navio
Volúvel como a noite
Neste espaço do fim.

Tempo de glória...
Gaivota na janela
Vendo o tempo passar.
Ela ordena pra saudade:
Saudade, vá me buscar no mar.

Estábulo flutuante.
Estrelas no horizonte...
Brisa e comandante.
Amanhecer privado
No coração do amante.

Estou no mar...
Na janela gloria esta lá.
Envenenado sua mente.
Suplica, e Deus não atende
Águas fervidas diligenciam seu coração.

Assedia a multidão pra saber.
Se não fala, começa a escrever...
Mas, não deixa a magoa ficar.

Decifrada,
Ela ordena:
Serei gaivota!
Espera-me!
Vou te encontrar.

Há vários dias estou no mar...
Vejo luz de navio à noite.
Nem me desespero...
Pra que a pressa?
Sem realidade,
Vou esperar a gaivota chegar.

De Magela

Boi bumbá



Boi bumbá

Ai, meu desafio!
Vermelho e caprichoso.
Lembra alguém que se foi
Por isso, espero a lua,
Pra festa do bumbá meu boi.

Meu boi nem sabe o seu dia.
Nem sabe que seu dia chegará.
O brilho das cores...
Dos meus amores...
Só amo o boi bumbá.

Ele nem sabe que seu dia é hoje.
Se está no Maranhão ou no Pará.
Sabe que a saudade é tanta,
Vive andarilha sem saber chegar.

Espero a lua...
Quero estar motivado.
Na lua nova o instrumento sai afinado.
Não vou deixar pra depois!
Tudo precisa ficar direito.
E, não de qualquer jeito.
Pra festa do bumbá meu boi.

Quero ver meu boi brilhar
Com uma certeza sem fim.
Todas as cores desta festa.
Pode dizer que não me arreta,
Foram feitas por mim.


De Magela

domingo, 7 de junho de 2009

Um palhaço chorando



Um palhaço chorando.


Hoje é dia de espetáculo.
Criança pra todo lado.
Vai se apresentar o palhaço do dia
Sinfonia, Arrelia, Nostalgia.

Começa a apresentação.
Picadeiro, palhaço ao centro.
O que se vê em sua mão?
Uma chave na destro.

Rainha da alegria e a vontade de viver
Vitórias, flores crianças.
Cada ponto tem seu motivo pra querer
Em tudo há uma esperança.

O espetáculo acaba.
A meninada ainda alvoroçada.
Sinfonia, arrelia, nostalgia.
Recebe a noticia apressada.

É da sua amada.
Morena que mora na roça
Tão belo quanto o dia
Tão faceira e carinhosa
Já não mais existia.


Cai o pano.
Fim de espetáculo.
Pra quem você deu o doce menino?
Foi pro palhaço minha mãe!
Ele estava chorando.


De Magela

(A vida é feita de episódios e de espetáculos magistrais).


Virei quilombola

Baobá.
Que dei tanta volta,
Pra esquecer todo passado.
Minha história.
Minha mãe, meus eguns.

Boabá muito grande.
Como a dor de esquecer ancestrais.
Mas, há coisas que não podem ser tocadas.
Senão morrem ali... Jamais!

Pluralidade.
Orubá. Desejo de liberdade.
Natureza.
Baobá.

Balangandãs, divindades.
Quem entende o que eu digo?
O que há de novo
já que estou aqui?

Vou por enfeites pra festejar.
Com berimbau e afoxé.
Barulho pra chamar sua atenção.
Olha, eu a cá. Axé!

Não vou matar o que sou.
Mas, vou me adaptar.Gangazumba! Olha, virei quilombola.
Dei tanta volta no Baobá.
Maleime Zambi! Maleime,ainda estou a cá.

De Magela

Vez ou outra





Vez ou outra,arrebenta tudo
Dentro da gente.
Pressão de pernas na sela papuda.
Isso não me deixa contente.
Sem prece Deus não ajuda.

Coração rosna engasgado.
Parecendo trovoada da batida de um pilão
Enfarado de assistir essa violência...
Isso, não me deixa contente não!

Nem sei o que pensar...
Pra renunciar essa minha calma.
Não é vantagem viver assim...
Sofrido dentro da alma.

Com os olhos enlameados,
Avanço querendo sumir
Vago no dorso...
Parecendo boi mugindo.

Atrito.
Couro com couro.
É estralo!
Por que vou viver mentindo?

Berro queixoso.
Querência de amor, não é não!
Sinto tristeza; saudade do campo.
Quero voltar pro meu sertão!

De Magela

Lábios pálidos


Lábios pálidos
Como a noite em
Que a poesia
Do corpo dela se
Complica.

Dói!
Quando a realidade
intensifica o amor.
Mesmo que não se insista.

Como um falso beijo a beijar...
Pálido e triste como a noite sem lua...
Por que este amor
Consegue me matar?

Ilusões impossíveis a coroar
Tão efêmera vontade sua...
Confirma destino,
Mas insiste em me deixar.

Por que ela tem que ir embora?
Conveniência...
Para calmaria de nossas vidas.
Se for nascer o sol, que nasce no romper da aurora.

De Magela

Mais uma vez


Mais uma vez coloco meus olhos perto dos seus.
Sinto tagarelar mais sonhos...
Cantando os sonhos que tenho sonhado.
Despertando este amanhecer em mim
Fazendo-me sentir envenenado.

Só mais esta vez apertarei seu corpo junto ao meu.
Não por estar sem causa, aborrecido, desiludido...
Em nenhuma vez senti vacilação.
Isto é mais mortal que a penumbra de um adeus.

Escuta mais uma vez!
Sou eu que ofego ao seu lado.
Sem alma apressada para amar...
E gasto o tempo tentando
Livrar-me de seu olhar.

Ama-me neste instante!
Respira comigo, petrifica o silêncio!
Confia! Renova a esperança...
Preciso existir.

Apaga a luz...
Aplaca essa incerteza...
Olha nos meus olhos...
Vem sentir.

De Magela

Faz que vai e nao vai


Faz que vai, mas não vai.

Meu amor...
É como uma lágrima.
Porque, não me esquece.

É uma reação encadeada
Que me deixa sem opção.
Lágrima, que precisar sair...

Vejo na luz de seus olhos...
Esta malvada penitência.
Viver vida temerosa
Com chocalhos nos pés.

Cada dia é um pecado,
De Amar e ser amado...
Como curar essa doença?
Como secar a lágrima que sai?

É mais um dia de sol.
Raios cristalinos...
Iluminando nossas vontades.
Seu amor me entontece.
Porque faz que vai e não vai...
Mas, também não me esquece.


De Magela

sábado, 6 de junho de 2009

Última saída


Última saída.


Aceita meus versos
Como se, os dissesse
A sua namorada.
Aquela que lhe deixou assim...
Ausente de mim!

Que guarda escondido
Como se, fosse um tesouro
O seu coração sonhador.

Mesmo que ela não entenda
Não aprenda, nada do seu amor...
Neutra, fique como a lua...
Aceita com ternura e afeição de mim.

Lembra, por fim...
Como um bem precioso
Quando lhe faltar o chão.
Que, serei a última saída
Da derradeira paixão.


De Magela e Flaviana Bohrer

Pedaço de papel


Pedaço de papel.


Não consigo escrever poesias
Do jeito que elas devem ser escritas.
Com hora certa...
Amor, tristeza e dor.
Com as palavras que nunca foram ditas...

Com linhas e formas adequadas.
Forma pomposa do caderno no colo...
Com as musicas que você gosta.
Crianças alegres e superativadas.
Lamentos, aflições...
Nas vezes em que choro.

Eu sempre te invento.
Prefiro escreve-las em pedaço de papel.
Depois das discussões tolas que a gente tem
Quando fico só.
Quando estou esperando o ônibus...
À noite, quando olho o teto...
Nos dias que o céu fica descoberto...
À tarde, quando sai a brisa...
Quando te espero e você não vem.

Pedaço de papel.
Rascunho que a vida faz...
É assim a vida da gente.
Pedaços dos dias tristes e dos contentes
Do dias passados e do presente.

Das horas insignificantes...
Dos momentos marcados.
Tudo na vida se mostra em pedaços!
Dizer que nosso tudo é assim,
Parece uma coisa tão fria.
Alergia.

Esses pedaços que se joga ao leu.
Dos momentos tristes e felizes
Que guardo na lembrança
Só valorizados pelo seu coração
Porque foram escritos num pedaço de papel.

De Magela®

Antes que a saudade invada


Antes que a saudade invada.

Sensações em mim
Buscam o seu carinho.
Abandono a realidade
Para não ficar sozinho.

Ponho-me a sonhar...
Neste rápido decurso de tempo
Descubro o quanto te preciso.

A lua que aparece
É meiga, serena e já sabe.
É amor que me invade.

Que é o meu ultimo suspiro
Antes de morrer na escuridão
Do pensamento...
Antes do derradeiro momento
Que a saudade invada.


De Magela
02/12/2007.

Sangrando choro por dentro


Sangrando choro por dentro

Ficou de mãos
Na cintura, sem dar rosto a mim.
Insistiu numa fala forte
Para que eu dissesse.

Não disse nada!
De que adianta dizer?
Que a tristeza sempre espera...
Que no mundo todo mundo erra...
Que o amor acabou...

Apessoa-se a mim!
Ouve o meu gemido!
Apronta seus ouvidos.
Mesmo que, não te faça sentido;
Todo amor tem que morrer.

Avisa meu pensamento...
Sangrando, choro por dentro,
A sorte nunca é de um só.
Estou partindo... Estou indo.
Arrumei amor melhor.


De Magela 10/11/2007.
Comunidade:Poesias pra esquecer.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Nao muda e ainda te amo mais!


Algumas coisas não mudam!
Isso inclui o amor desesperado que tenho.
Preciso de muitos temores
Para esquecê-lo.

Quem sabe em outro coração
Se possa refazê-lo?
Porque não há espaço neste corpo
Para ter nada além dele.

Se houver um momento variável...
O que sinto não mudará nem por segundos.
E, não quero te amar, além disto...
Não há necessidade de outros mundos.

O amor quando muda muito, vira dor.
Saudade que não se desfaz...
Este é o meu desespero:
Não muda e ainda te amo mais!


De Magela

Aquele silêncio ansioso


O beijo dela não assusta...
Nele não há o medo.
Pânico de quem beija escondido
E, somente a boca não convém.

Pânico dos lábios gasosos...
Dos corpos dançando entusiasmados.
A falta do controle...
No toque da boca de alguém.

Sem a defensiva habitual,
As bocas são tolas e frias.
Vidas vazias...
Que a urgência faz normal.

Não assusta mais!
A boca dela desfez aquele silêncio ansioso.
Concebeu na escuridão a alegria...
Deste momento formoso.


De Magela

As lágrimas assustam mais


Nada assusta mais do que lágrimas!
Lágrimas quem vem da alma
Que no desespero fazem seu trauma
E que impedem de reagir.

Nas lutas; cegam.
Na paz; deixam cambaleante.
Na saudade; são aflitas.
Para o amor não são o bastante.

Lágrimas na dor são implacáveis.
Insuportável decepção!
Com hora marcada...
Marca transparente com água salgada

Nada assusta mais do que as lágrimas
Que chorei por ti.
Na solidão de mais um verso
Nos abismos que senti.

De Magela

Mavaldamente


Com uma elegância bem discreta
Ela apagou a evidencia do meu beijo.
Fez num instante apenas...
De quem esconde o desejo.

Na contundência de um sorriso
O amor que era amor escondeu.
O amor é só mais um lenitivo
Se não amou e sofreu.

Lágrima cumprida...
Sempre gostei da vida.
E de todos os momentos seus.
Do seu acaso e do seu abraço...
Deste amor que me valeu.

Malvadamente, ela...
Apagou a evidência do meu beijo.
Escondeu nosso desejo
Dentro de um adeus.

De Magela

Olhar vagabundo



Se, meus olhos ousassem te olhar,
Iriam te despir.
Despiriam todos os motivos
Que existissem para olhar em ti.

Olhar lento e vagabundo...
Com vida e pensamento.
Derivando com o vento...
Que nunca parassem de te olhar.

Se, novamente te olhassem...
Desejariam mais que isso.
Seriam presentes e encantados...
E, se ainda não a vejo é porque meus olhos estão fechados.

É que vivo imaginando suas cores, seu universo e imensidão.
Precavendo o momento certo
De olhar seus olhos bem de perto
Parar de imaginar como eles são.

De Magela

Eu não te amava!


Em meu desespero...
Preciso da solidão de mais um verso.
Um livro, uma nostalgia qualquer,
Que me leve daqui.

Qualquer saudade...
Qualquer fantasia.
Que reforce mais a vontade
De esquecer a minha.

Ah! Se soubesse, como a faca
Do deste amor corta.
Cortaria em mim a parte
Que me queima assim.

Ah! Se soubesse parar essa vontade
Que corta meu coração na madrugada...
Não teria este desespero em meu peito.
E não te amava!

De Magela

Culpa


Não se troca uma culpa por outra.
Um coração infeliz tem de se arriscar...
Uma vida de escravidão ou,
Uma caixa com coração?

Não tem que ser assim...
Ver tudo com um olho só
Felicidade enlatada
Com ela a vida fica casada

Minha culpa é esse olhar.
Onde quer que olhe
Só vejo com esse olhar
Isso me encolhe

Culpa! Minha máxima culpa.
Ferozes são os ventos quem não contém a emoção
Sem coragem de interromper devaneios...
Que culpa tem o meu coração?


De Magela

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Num único universo (heterogenia)


Num único Universo

Com atração implacável,
Arranca-se o que é letal.
Absorto fico sem saber,
No coração, o que é final.

Na verdade, o amor por você...
Quer coisas tolas entre dois corpos.
Como o silêncio das palavras...
O tempo se diluindo aos poucos.

Que se adie o fim!
Quer a poesia que sai dos seus lábios,
E toda intensidade do seu verso...
Cada partícula sua em mim!

Meu amor quer a união dos nossos sentidos.
Para provocar a extinção se abrindo.
Bocas heterogenias tragando-se e se engolindo...
Num único universo!


De Magela/MBB