terça-feira, 16 de junho de 2009

Crepúsculo



Crepúsculo


Lembra aquela flor do nosso jardim?
Uma lilás, que some de vez em quando...?
Com folhas bem verdes e cumpridas...
E toda força nelas contidas.

Aquelas...
Que são facilmente devoradas por insetos.
Momentos alucinados que devoram tudo na vida.
Tudo! Menos a raiz.
A alma não tem corpo; é o que a sabedoria diz.

Misteriosamente, quando voltam às chuvas...
Mesmo sem corpo ela renasce.
Renasce pronta para o que tiver que acontecer.
Em sua espera, há mais de um sentido para viver.

Lembra-se?
Pois bem; assim são os sentimentos quando se ama de verdade.
Não desaparecem em qualquer situação!
Não são levados como areia na praia!
Ficam expostos ou caídos no chão.

Não reclamam do frio...
Não confrontam a solidão.
Entregam-se a uma morte certa, porque ainda resta a raiz...
E nela tudo fica guardado.

Fica na espera do crepúsculo!
Na espera de suas chuvas...
Sem entender o que você não fez.
Na primavera, o amor sempre nasce de novo.
Mais de uma vez! Mais uma vez...

De Magela