segunda-feira, 15 de junho de 2009

Novamente...


Novamente...
É a chuva quem toma seu corpo antes de mim.
Percorre seus contornos...
Na mesma rapidez de um sim.

Agrava o desconsolo...
Enterra a saudade, desta longa espera
E não deixa serenar,
Colocando meu peito em guerra.

Com águas se intervém na conversa dos meus olhos...
Insuportavelmente, lavam janelas empoeiradas pelo tempo.
Propositalmente, deixam-nos despidos...
Circunstancialmente, verte este gosto de desalento.

E depois do desastre...
Não correm apressadas, como águas de um rio!
Não proclamam a leveza do silêncio!
O amor, muitas vezes, pode ser frio.

Pode ser enfadonho, oculto e chuvoso.
Nas velas da coincidência parecer mais um pensamento...
Como de um juramento caprichoso
Que se faz com o tempo.

Vou suportar a saudade
Quando a boca desfilar toda sua ansiedade!
Suportarei, quando a chuva vier, insistir e cair.
Porque, mesmo assim, vou te amar de verdade.

De Magela