terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ermo




Há momentos que procuro um lugar ermo
Para rever velhas dores e escrever...
Paraliso-me entre pausas que não nascem de mim.
Nem me falo. Não grito; fico assim.

Envolto desta película
Submete o homem pela solidão indevida...
Própria da pele introspectiva,
Intervalo de corações e o mundo que reveste e distancia

Ouço o silencio de deuses em fúrias
Bolha de ar, atmosfera em desafetos!
Enfeites, ornamentos das aparências das dores
Plásticos que embrulham prantos não chorados dos amores!

E com o mesmo silencio indelével
Vive esta tristeza no peito buscando delicadeza...
Pode ser a solidão a razão desta fortaleza erguida!
Podem ser meus próprios gritos que a realidade trucida.

Para desfazer os estragos de tamanha solidão
Surgem teus braços abertos a me tornar humano!
Dissolvendo no devaneios o insólito engano
De todas as vezes que disser que amo.


De Magela e Elias/Bigumea