segunda-feira, 25 de abril de 2011

Magnólias


Magnólias

De vez em quando...
Aplico gotas de perfumes às palavras.
Favoreço algumas, que já nascem coloridas...
Reforço essências em outras e, finalmente fixo idéias.

Magnólias combinam com o suor:
Traz a testa seu aroma de sensualidade;
Num cheiro agridoce tentador...
Exalam a promessa da verdade.

Com cheiro mais doce...
Como, quando se diz “te amo”,
Violeta branca no vaso enfeitada.
Aliam-se ao perfume de quem não precisa dizer nada!

Para você se distrair em suas viagens...
Juro, não invadirei o seu jardim!
Pois, o que é exuberante sempre floresce...
Palavras com um bom perfume, jamais se esquece!

De Magela e Carmem Teresa Elias

E mesmo assim...


E mesmo assim...

Coloquei amor...
Coisa assim.
Melhor que tudo isso,
Só amor se concebeu.

Confesso:
Não precisa o verso ter forma certa!
Ser histérico, meloso...
Tristeza deixando a porta aberta!

A poesia que sinto nunca estará contida.
Não dará animo a dominação!
Não fará com que melhor, eu me sinta, assim.

Dia passa a ser dia...
Não precisa de muito sol!
E doença nem sempre fere o coração!

Invertido tudo isso...
A língua que trago,
Me traga primeiro.

Com delicadeza saúda o mestre:
Descrevendo amor e dor.
O amor não tem mais tempo...
E a dor tem mais tempo que tem o amor!

E mesmo assim... Coloquei tudo de nós para que tivesse um fim.
Em nós a vida não tem “um fim”: recomeça com um dia sem sol,
O amor também... Melhor que tudo isso: Para mim é vida que meu amor contém!

De Magela

Contente liberto a fala



Contente liberto a fala


Na luz de seus olhos,
Versos perfeitos não existem!
Nem tão pouco na calma do mar...
E no sossego da boca.

O que existe é a leveza de um desejo...
Que ousa compreender...
Se não se completa na poesia essa vontade louca
Essa vontade que sinto de você.

Meu amor não se restringe a declarações...
E a poesia não se sacia com mais palavras.
Como corpos que ansiam por mais emoções,
Almejam esses olhos segredos de minha alma.

É na sutileza desse olhar...
Que liberto contente a fala.
E que, às vezes, no silêncio molhando lágrimas
É meu êxtase que a vida não cala.

De Magela e Carmem Teresa Elias

É o seu calor que sinto perto!



Esfacelado em Deus, outra vez te vejo...
Outra vez minha alma fica perdida!
Calorosamente se aninha no fulgor do seu corpo...
E inquieta, procura seu beijo.

Substancialmente na existência existe um vácuo
Que cheio da sua presença insiste em existir.
Um fio ligado a um amor enorme que chora...
Os sonhos que sonho por alguém lá fora.

Meu amor é uma verdade que o céu reflete!
Uma sombra que passa no momento em que sua luz brilha...
Água silenciosa querendo sair de mim,
Como a essência do perfume que perdeu sua trilha.

Mas, outra vez, a minha alma repassa inteira pelo universo,
Quando penso que sonhando...
Desejo ficar acordado.
E é o seu calor que sinto perto.

De Magela

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Arguta


Arguta

Sem questionar ou entender a emoção,
Sinto perto meu ouvinte mais atento.
Na sedução de todas as palavras,
Ele me segue inocente.

Do amor é quem dá noticias...
Poeta andarilho sem pensamento,
E quando me desespero, defende a paixão!
Se entristeço diz que mereço...

Se choro diz que ainda vou aprender.
Se contrario a vida diz que sou como ele,
Pois, não há mais nada para entender:
Diz o vento.

Efeito inesperado...
O amor é o desejo que atingindo sabedoria
Faz entender seu tudo...
Arguta. Pássaro na meia noite: fico mudo.

De Magela

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Atração proibida



Atração proibida


Foi assim que beijou:
Com sede e com medo.
Boca aflita...
Num gosto amargo de despedida.

Com seu sangue fervilhando,
Como o fogo da atração proibida.
Tensão descontrolada, quando os suspiros
É que movem a vida.

Doença moderna de sentir...
Fervilham com nossas incertezas.
A ansiedade de ter que partir sem ter amanhecido
Poe termos a essas levezas.

Fervilha com gosto de saudade...
A escolha entre um bem e um mal.
“Até fazer sentido”. Fez o que convêm,
Fervilhando o amor é fatal!


De Magela

Ironia...


Ironia...

Se tiver que confessar o quanto a quero...
Não saberei explicar.
Mesmo consultando meu avesso,
Onde nada pode se indefinir.

Não saberei explicar...
A poesia falando de coisas difíceis.
Dos sentimentos carregados de intenções,
Mas que não seguem o verso.

Não saberei explicar por que o amor tanto nos conforta.
Nem tão pouco, por que a brisa que chega de manhã
Vai entrado em mim...
Sem bater à porta.

Meu amor não se explica assim!
Confessá-lo, ou explicá-lo seria algo muito louco.
Ironia... Como se houvesse algum modo de existir
Sem precisar de você menos que um pouco.

De Magela