sexta-feira, 7 de junho de 2013


Dois pingos

A chuva corria pela madeira
Da janela fazendo dois pingos.
Dois brincos de princesa,
E os olhos dela cintilavam.

Disfarcei.
Mas, minha vontade era
De ficar ali e continuar
A olhar.

Como ficava compactado
O que existia no meu coração.
Tantas coisas para dizer,
Mas, eu não disse não!

Flores torneavam seu corpo...
Tudo o que ela reprimia, eu exalava.
Às vezes, nem via suas flores,
Mas olhava o que amava.

Um toque na água daquele lago
Fez a água da chuva represada
Se mover em aspirais; nem sei por que chorei...
Foi mais um sonho.

Pingos da chuva...
Pingos de mim.
Confesso nesta hora acordado,
Nunca pensei em amar tanto assim.

De Magela