terça-feira, 28 de maio de 2013


O espanto da mulher



O espanto da mulher
É o amor...
Porque a livra do silêncio
E revela sua dor

Com olhar bastardo
Revela seus gritos
Nem liga para bramidos
Brincando com o que tem dentro

Se o amor disser que a vida para:
Ela para!
Que nossa vontade ficará petrificada
E o nada durará instantes...

Sem respirar
O corpo em trégua ficará
Sem as ilusões de antes.
Mas a luz não se apagará

Se houver ruídos na janela dos corações sem trancas
Ele retirará essa medida
Reprovará o tempo que sempre passa
Tirará seus espaços e revelará o que o amor sempre revela: a vida!

De Magela

segunda-feira, 27 de maio de 2013





Agradeço

Poderíamos nunca ter sabido da existência...
Poderíamos ter vivido em tempos distintos
Sem ter ao menos sonhado
Um encontro assim.

Queria poder agradecer os olhos, mãos e braços!
Queria poder entender porque nada acontece por acaso
E acontecendo, nos faz produzir, criar crescer, caminhar,
Sem ter medo de nossos passos.

A fonte da minha alegria é a tua calma.
A voz tranquila...
Tamanha delicadeza que um simples olhar nos olhos
Faz tanto acontecer.

Como nunca posso tudo isso dizer,
Agradeço a mãe natureza,
Que nos fez barro. Que nos fez vento. Que nos dá o alento
De amar e sofrer.

De Magela/Carmem Teresa Elias





Beijo sem pontuação

Por paixão...
Fiz daquele beijo,
Um desafio sem qualquer pontuação,
Colado, colado, sem reticências!

Antes, sem travessão...
Agora, depois da vírgula, sem nenhum espaço.

Talvez, por acaso...
Ou, por pirraça!

Fiz daquele desejo
Um jogo de metáforas afastadas.
Com espaçamento duplo...
Deixando a ideia no ar!

Para que o amor possa fazer sentido
Precisa ser escrito em linhas separadas.
Qualquer pontuação deixa seu sentido no ar...
E as lagrimas programadas!



De Magela/Carmem Tereza Elias

Aceito!

Café?
A brisa fria do outono,
Parece perguntar.
Aceita um café ou prefere um pouco de chá?

Aquele que tenha exaltado a formosura sem exagero.
Preparado com o perfume de cada grão
Que ofertado à água com o maior selo,
Trazendo o gosto da vida sem precaução!

Ao viajar no aroma, que se possa lembrar-se de mim!
E que sem condições, ele também seja puro.
Que seja quente!
Que seja maduro e eloquente.

E que fechando teus olhos...
Servido acompanhado...
Do amor que se tem no peito,
A branda voz da alma quase em murmúrio, diga: aceito!

De Magela/Carmem Teresa Elias


Trem

Na minha terra trem é o Macáia...
Tem rodas, anda lento e levanta o pó.
 Lagrima que sai pelo rosto, vai empoeirada,
No amargor do sol da tarde, sempre amarra o nó.

Vim parar aqui e do mar sinto o cheiro...
Ficar perto da morena que fala o tempo inteiro,
Que, às vezes, de mim sente pena: vê meus olhos sonhando,
Querendo voltar pra lá.

Aqui ela vem de trem,
Trem pode ser muitas coisas no coração mineiro.
Central do Brasil - fere o peito, tinindo, deslizando rasgado
Cortando tudo por inteiro.

Trem nosso de cada dia,
Tem pena de mim, tenha dó!
Como queria leva-la de Macáia comigo
Pra nunca ficar tão só!


De Magela/Carmem Teresa Elias



Delicadeza

O que é a delicadeza...?
Um gesto?!
Outra leitura...?
Ou, simplesmente a intenção?

O que poderá soar como beleza
A um coração experiente de vida e ação?
Nuvens que passam no céu...?
Brisa quando, suave nos mostra a liberdade no rosto...?

Ou, a delicadeza é a beleza no verso de cada um?!
Delicadeza é o carinho que por ti tenho guardado...?
Delicadeza é um sentimento para dizer
Que não sei de nada...?

Delicadeza é a alma
Que nunca quer se mostrar e incomodada...!
Um verso bobo que une pensadores
Na mata, no agreste, no sertão, no mar na invernada.

De Magela